Agentes da S.H.I.E.L.D. – 4.13 – BOOM

Capa da Publicação

Agentes da S.H.I.E.L.D. – 4.13 – BOOM

Por Gus Fiaux

Após o último episódio, o Dr. Radcliffe finalmente está em posse do Tomo Negro, e tem o utilizado para construir projetos que desafiam o conceito de “vida” e “morte”. Enquanto isso, ele e sua asssistente AIDA continuam mantendo a Agente May presa nas instalações do misterioso Anton Ivanov, o Superior.

Porém, Coulson e sua equipe começam a traçar um plano bem cauteloso. Agora, tanto o agente central da SHIELD quanto Mack começam a investigar as origens de AIDA – ou melhor, a pessoa real que inspirou a construção do Modelo de Vida Artificial. E assim, eles encontram Agnes, uma brilhante artista que já teve uma relação amorosa e proffisional com Radcliffe, mas atualmente está reclusa e em breve irá morrer devido a uma doença irreversível.

Coulson e Mack tentam fazer de tudo para que Agnes possa ficar ao lado deles, e depois de muita relutância, ela aceita, chegando a marcar um encontro com Radcliffe para capturá-lo. Curiosamente, essa revelação de uma versão “original” de si faz com que AIDA comece a demonstrar sentimentos conflitantes.

Armadilha montada, tudo conforme o planejado e, na hora, Radcliffe não aparece, mas em vez disso, começa a guiar Agnes para que ela possa chegar até ele. Quando os dois se encontram, o cientista começa a prometer a ela um refúgio seguro e uma chance de recomeçar sua vida, livre de doenças. Assim sendo, ela revela os planos da SHIELD e segue seu ex-aliado, deixando Coulson e Mack à mercê de atiradores.

Enquanto isso, as coisas se tornam um pouco mais complicadas para o restante da equipe. O diretor figurativo da SHIELD, Jeffrey Mace parece estar em uma crise de confiança pessoal, já que não consegue enxergar sua própria utilidade dentro da companhia, e também se vê vítima do próprio soro que usa para se tornar o Patriota, já que a fórmula química está o matando lentamente.

Ainda assim, ele auxilia Tremor, Fitz e Simmons a investigarem um curioso caso: foi armada uma explosão no escritório da Senadora Nadeer – que inclusive acaba assassinando a política –, e ao que tudo indica, o culpado é um Inumano. Conforme eles investigam, descobrem um aliado de Ivanov, que após passar pela terrigênese, é capaz de se detonar como uma bomba, e depois se reagrupar no ar.

A partir daí, os quatro agentes criam um plano para deter o vilão. Fitz e Simmons desenvolvem uma prisão especial para ele, enquanto Daisy ajuda a distraí-lo para que possa ser capturado na prisão. E Mace, mesmo à contragosto de Simmons, usa o soro que lhe dá super-força para enfrentar os capangas do Superior.

E embora a equipe ao final consiga capturar o Inumano, eles acabam sofrendo uma pesada baixa, já que Mace é capturado pelas hordas de Ivanov, e será levado para que o vilão consiga obter informações sobre Coulson e seus aliados.

E, assim como o título do próprio episódio (que também é o título dessa review), o episódio é um grande BOOOOOM na cabeça do público. Aqui, não temos a mesma dose de reviravoltas que tivemos nos três primeiros episódios do arco, mas ao mesmo tempo, cresce uma trama instigante cujo desfecho é uma grande incógnita para nós, até agora.

Em treze episódios, Agents of S.H.I.E.L.D. conseguiu estabelecer sua melhor temporada até o momento, e a construção de seu décimo terceiro episódio mostra que estamos prestes a despencar em uma montanha russa com viradas imprevisíveis.

Mas falando unicamente desse capítulo, vale destacar bastante a interação do elenco. Aqui, vemos como a série tem sido bem sucedida em criar núcleos diferentes, que interagem entre si de forma mais orgânica. É curioso ver essa dinâmica tão fortalecida agora, porque nos lembra que uma das principais críticas à série em sua primeira temporada era a falta de química entre os agentes.

Agora, é totalmente cabível e palpável ver Mack invertendo os papéis e dando uma lição de moral em Coulson, ou a visível preocupação de Simmons quando Fitz se arrisca para impedir o inimigo explosivo. Até mesmo o lado dos vilões não poupa desenvolvimento, tendo em vista as nuances de personagem de Holden Radcliffe e da MVA AIDA.

O que nos leva a um ponto crucial do episódio: Mallory Jansen. A atriz interpreta AIDA e Agnes, e faz isso de uma forma muito bem dosada. Se, anteriormente, todos os MVAs eram (propositalmente) cópias de suas versões “reais”, temos aqui uma artista viva, enérgica e feliz, em contraste com o andróide frio e inexpressivo, resultado da idealização de Radcliffe.

Nesse ponto, Jansen se mostra uma das melhores adições do elenco da série nessa temporada, por conseguir divergir seus papeis, ao mesmo tempo em que nuances breves são reaproveitadas tanto na humana quanto na androide. É fácil distinguir as duas, e para os observadores atentos, é claro notar algumas inspirações bem pessoais de Agnes em AIDA, algo que só alguém que já tivesse um envolvimento mais íntimo – como Radcliffe – conseguiria fazer.

Destaque muito positivo para a direção do episódio, que mescla com sabedoria diferentes usos de fotografia para criar ainda mais a sensação de divisão dos núcleos. Enquanto as cenas com Tremor, FitzSimmons e Mace são vistas com uma câmera nervosa, com boas sequências em movimento, a trama de Coulson, Mack e Agnes é mais estática, fixa, criando um contraste interessante com a “perfeição” da versão MVA da artista.

De modo geral, S.H.I.E.L.D. continua mandando muito bem. Mal podemos esperar para ver o desenrolar desse mistério… especialmente agora que os vilões capturaram Mace e logo Coulson estará na mira do Superior.

Agents of S.H.I.E.L.D. vai ao ar às terças-feiras, na ABC.