Supergirl: 2.10 – Nem todos podem ser heróis!

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Supergirl: 2.10 – Nem todos podem ser heróis!

Por Leo Gravena

Desde o inicio da segunda temporada, Supergirl tem feito um excelente trabalho em manter seu ritmo, a série teve momentos excelentes e todos os episódios apresentados até agora não foram menos do que bons; porém, após um longo período de hiato, a série parece ter caído em um local mais confortável e os últimos três episódios definitivamente foram bons…  Nenhum deles foi excepcional.

Neste episódio parece que, na verdade, tivemos muito mais tramas de transição do que qualquer outra coisa: tivemos um desenvolvimento do relacionamento entre Kara e Mon-El, o segredo de James e Winn finalmente foi revelado, J’onn e M’gann descobrem que Marcianos Brancos estão vindo atacar. O episódio focou-se, principalmente, em finalmente ir lá e colocar em tela tudo o que os fãs já sabiam ou esperavam que acontecesse. Não existe nada de errado em fazer o esperado, o problema é quando a execução disso não está a par do resto da série.

No fim, todas as revelações acabaram sendo apenas para que nos episódios seguintes estas mesmas tramas fossem exploradas de maneira melhor nos próximos episódios. Mas por que não explora-las melhor neste? Seja o romance sem sal entre Mon-El e Kara, ou a Supergirl descobrindo que James é o Guardião, todo o episódio parece ser uma poça de potencial desperdiçado.

É interessante ver Mon-El decidindo tornar-se um herói apenas para se provar para Kara, mostrar a moça que ele é sim um “cara legal” e não apenas um “garoto de fraternidade”, mas no fim tudo parece tão bobo e sem graça que fica difícil se importar com o romance. Mon-El  tem um treinamento heroico complicado, ele não se preocupa com os civis e está neste caminho puramente por Kara. Obviamente, uma trama maior com o personagem está sendo desenvolvida e será explorada no futuro, com os aliens misteriosos o perseguindo – mas no momento, sua trama de paixonite por Kara e tentar ser um herói apenas para impressioná-la é apenas um elemento irritante do roteiro que precisa colocar algum tipo de interesse amoroso pela heroína.

Ainda assim, vale muito bem destacar a cena final, onde Mon-El se declara (sem se declarar) para Kara, tanto Chris Wood quanto Melissa Benoist mostraram um ótimo nível de atuação, com Wood deixando claro que pode fazer um ótimo trabalho caso o roteiro lhe permita. Vamos esperar que com os próximos episódios vejamos mais deste Mon-El.

E além da revelação de Mon-El, Kara finalmente descobriu sobre a identidade secreta de James… E aparentemente teve um sério caso de amnésia. Poucos episódios atrás, durante o crossover Invasion!, vimos Kara lutando lado a lado com os heróis de The Flash, Arrow e Legends of Tomorrow – metade deles sem poderes. É estranho pensar em ouvir Kara dizendo para o Arqueiro Verde, o Átomo, a Canário Branco que eles “não podem ser heróis porque não tem poderes”, o que é basicamente o que ela diz para James.

James, inclusive, possui muito mais talento e desejo de ajudar as pessoas do que Mon-El. Mesmo não achando a trama do Guardião uma das melhores da série, é inegável que James realmente quer fazer o bem porque é a coisa certa a se fazer, porque ele tem a necessidade de ajudar as pessoas, pois sempre esteve ao lado de pessoas que o inspiraram e agora ele decidiu juntar-se a luta contra o crime.

O maior problema da trama do Guardião é que transforma Winn, novamente, apenas em mais um sidekick, o personagem possui potencial, mas sempre está passos atrás dos outros e parece que nunca tem uma trama própria a não ser servir de apoio a outros personagens. No último episódio tivemos o inicio de uma trama interessante com Winn, contudo, neste ela parece ter sido esquecida e é como se nada tivesse ocorrido.

Mas claro, nem tudo foi “apenas ok”, a melhor parte do episódio certamente foi Curto-Circuito.

Sim Kara, ter um “arqui-inimigo” não é nada legal, é exatamente o contrário disso. Um arqui-inimigo sabe seus pontos fracos, sabe o que lhe dizer para te afetar, sabe seus altos e baixos, mas vice-versa. E Kara soube se aproveitar disso neste episódio. A trama de que a Curto-Circuito havia sido sequestrada e, na verdade, não era a grande vilã do episódio foi uma ótima jogada e uma trama diferente do que estamos acostumados a ver em séries de heróis. Além disso, parece que também tivemos o inicio de uma trama de redenção para a vilã.

A melhor parte, certamente, é quando Curto-Circuito deixa claro que dois heróis meia boca não devem tentar fazer o trabalho da Garota de Aço. Por fim, a trama da vilã acabou ficando em segundo plano diante dos elementos que precisavam ser avançados, mas certamente esperamos vê-la novamente.

Por fim, o episódio também mostrou M’gann, a Miss Marte, sofrendo um ataque psíquico e entrando em coma; é interessante ver a série abordando mais os poderes psíquicos dos Marcianos, certamente seria muito divertido ver uma batalha mental sendo travada na série – algo que nunca foi propriamente mostrado em nenhum filme ou série de super-heróis até o momento

A trama serviu de entrada para o próximo episódio, que mostrará um Marciano Branco atrás da garota de marte. As imagens promocionais ainda não foram liberadas, contudo, um pôster do episódio foi liberado e você pode conferi-lo logo abaixo: