Aqui é onde tudo começou. O personagem foi criado por Stan Lee e Steve Ditko nas páginas de Strange Tales #110, e o personagem continuou a ter suas histórias aqui, escritas e desenhadas de forma magistral pela dupla clássica. Apesar de um linguajar rebuscado e prosaico de Lee, o que realmente brilhava era a arte psicodélica de Ditko.

Aqui, o personagem ganhou destaque das edições #110 a #168, onde aparecia em histórias curtas, de poucas páginas. Nessa fase, foram introduzidos os principais vilões e incorporado todo o universo místico do herói, que seria melhor explorado e aprofundado por outros escritores.

O primeiro grande grupo do qual o Doutor Estranho fez parte foi Os Defensores. Ao lado de um trio bem inusitado - Hulk, Namor e Surfista Prateado -, o Mago Supremo e seus aliados iam atrás das ameaças mais divergentes do Universo Marvel, desde inimigos cósmicos a demônios sombrios.

O herói fez parte de grandes fases da equipe, mas algumas se destacam e merecem renome aqui. São elas a primeira fase, iniciada em 1971, Os Defensores Secretos de 1993 e a fase de Matt Fraction, iniciada em 2011, onde vemos o Doutor Estranho em maior destaque.

Saído da Strange Tales, Stephen Strange parou a residir nas páginas de Marvel Premiere, onde teve uma fase elogiada e complexa, onde suas histórias adquiriram um caráter mais filosófico e com uma pegada de H.P. Lovecraft.

Na fase, iniciada na edição #9 de Marvel Premiere e finalizada na edição #14, dando origem a um novo título solo do personagem, em 1974, também escrito pela dupla, temos a inserção de Shuma-Gorath, um perigoso inimigo do personagem e vilão do Universo Marvel.

Um autor que foi essencial na história do Mago Supremo foi Roger Stern. Ficando à frente da revista do personagem a partir da vigésima sétima edição do segundo volume (em 1978), o autor teve grande importância, criando arcos mais sombrios e com um alcance maior na cadeia mística do Universo Marvel.

Um dos arcos pelos quais sempre é lembrado é aquele que vai das edições #59 a #62, em que o Doutor Estranho enfrenta o Conde Drácula, recebendo a ajuda de Blade e de Hannibal King.

A Marvel teve seu auge ao fazer uma série de Graphic Novels iniciada pela épica Morte do Capitão Marvel. A partir daí, eram publicados materiais de luxo contando uma história única voltada para alguns personagens ou grupos específicos. Dessa iniciativa, grandes clássicos surgiram, como Deus Ama, o Homem Mata e Demolidor: Amor e Guerra.

Porém, o Doutor Estranho também teve duas edições de destaque. Tratam-se dos números #23, com a belíssima Into Shamballa, um conto onde Stephen deve se jogar em um intrincado dilema filosófico pelo bem da humanidade, e o número #49, que trouxe a famosíssima Triunfo e Tormento, onde o Doutor Destino busca a ajuda de Estranho para recuperar a alma de sua mãe no Inferno de Mefisto.

Levando o herói ao canto mais sombrio do Universo Marvel, Roy Thomas e Gene Colan vieram para explorar uma vertente mais puxada para o ramo do horror, buscando trazer na escrita e na arte uma narrativa que apontasse para Stephen como protetor da Terra em frente aos perigos da magia negra.

Nessa fase, Strange fica cara a cara com seguidores de demônios e com entidades abissais. É uma das mais populares fases dos anos 90 do personagem, e temos até uma revigorada no visual.

Publicada inicialmente em 2006, essa minissérie em cinco edições tem um brilhante papel: ao mesmo tempo que ela conta de forma breve a origem do personagem, utilizando-se de breves retcons, também introduz uma trama que penetra no cerne de Stephen Strange.

Aqui, vemos um personagem com um grande problema, enfrentando um inimigo maior do que demônios, monstros e criaturas místicas, ao mesmo tempo que a trama é intimista e busca retornar aos princípios da época em que ele era um simples cirurgião.

Tendo um grande papel nos volumes 1 e 2 de Novos Vingadores, aqui vemos o Mago Supremo sendo incorporado à equipe de Maiores Heróis da Terra, tendo que lidar como o solucionador de ameaças místicas do grupo.

Ambos os volumes foram encabeçados por Brian Michael Bendis, e é interessante ver a dinâmica de Stephen no grupo, tendo perdido e recuperado seu posto de Mago Supremo do Planeta Terra.

Se os dois primeiros volumes de Novos Vingadores contam com participação de destaque do Doutor Estranho, o mesmo pode ser dito sobre o terceiro. A diferença, entretanto, reside no papel do personagem e da equipe em que ele se encontra. Se antes ele era parte dos Novos Vingadores, de fato, aqui ele é membro dos Illuminati.

Escrito por Jonathan Hickman, aqui vemos o herói disposto a vender sua própria alma para salvar a vida no planeta. Trata-se de um herói sombrio e temeroso pelo peso de suas responsabilidades. Destaque para toda a trama envolvendo os Sacerdotes Negros e a inclusão das Guerras Secretas.

Numa fase ainda inédita no Brasil, escrita por Jason Aaron e com desenhos de Chris Bachalo, encontramos um Stephen Strange desesperado para encontrar algo que está prejudicando toda a existência da magia no Universo Marvel.

O arco da Nova e Diferente Marvel deve chegar às bancas brasileiras no início do ano que vem, e é uma ótima pedida para redescobrir melhor o personagem - agora apelando para armas físicas e combate manual -, e conhecer não apenas seus pontos fortes, mas também suas vulnerabilidades.