10 Mudanças feitas em filmes de super-heróis que foram bem aceitas!

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10 Mudanças feitas em filmes de super-heróis que foram bem aceitas!

Por Felipe de Lima
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Visuais de Bryan Singer

É errado afirmar que os uniformes pretos de couro presentes nos primeiros filmes dos X-Men arruinaram a franquia. Muito pelo contrário, a visão de Bryan Singer foi pautada pela ideia de como seriam as relações sociais entre o homo sapiens e o próximo salto evolutivo, representado aqui pelos mutantes. Nesse mundo de preconceito e discriminação com os “diferentes”, os mutantes precisariam ser discretos para sobreviver e, aos poucos, mudar a visão que a sociedade tinha sobre eles.

Singer não quis seguir os quadrinhos e apresentar os X-Men como super-heróis. O diretor optou por inserir os mutantes no mundo real e trabalhar as alegorias que as histórias dos personagens carregavam, ao invés de trazer os visuais carnavalescos e correr o risco de cometer os mesmos erros de Batman & Robin. A abordagem realista reflete nos uniformes da equipe, já que o preto é uma cor associada ao medo e ao desconhecido. Os trajes dos X-Men de Singer também casam com a atmosfera pessimista do início dos anos 2000, ajudando a popularizar o filme e a criar as bases para o que hoje é conhecido como Cinema de Super-Heróis.

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Vilões de Christopher Nolan

Inspirado pelos dois primeiros filmes dos X-Men dirigidos por Bryan Singer, Christopher Nolan também quis trazer uma abordagem paralela ao mundo real para o Batman, apresentando uma ideia ainda mais terrena do universo que engloba o Cavaleiro das Trevas.

O principal mérito do diretor foi adaptar com maestria a psique dos vilões dos quadrinhos - principalmente nos dois primeiros filmes - sem precisar incluir planos megalomaníacos e motivações furadas em suas versões cinematográficas, mostrando personagens que conseguiriam facilmente fazer parte da nossa realidade.

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Papel do Doutor Manhattan

Sendo a história em quadrinhos mais aclamada de todos os tempos, Watchmen passou por muitos problemas até finalmente chegar aos cinemas em 2009, pelas mãos de Zack Snyder. Acontece que as diversas camadas, referências e mensagens da história concebida por Alan Moore são impossíveis de se adaptar em uma produção live-action. A versão de Snyder perdeu muito do que se diz nas entrelinhas dos quadrinhos. Mesmo assim, o diretor conseguiu entregar um bom filme de ação.

Isso acontece porque é realmente complicado se manter fiel ao final da história original e a versão cinematográfica conseguiu ser mais feliz em seu resultado justamente por trazer uma solução mais simples para a narrativa. Embora a motivação de Ozymandias e as consequências de seus atos sejam as mesmas em ambas as histórias, o fato do plano do vilão estar diretamente atrelado à trama cinematográfica, se personificando na figura algoz do Doutor Manhattan, torna a reviravolta mais impactante. Afinal, o que pode ser pior para a humanidade do que ver sua mais adorada divindade se revelar um demônio?

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Criação do Visão

Nos quadrinhos, Ultron criou o Visão para ser uma arma contra o Dr. Hank Pym. O corpo do sintozóide foi proveniente do Tocha Humana original e seu cérebro sintético emulava os padrões de raciocínio do Magnum. Em Vingadores Era de Ultron, toda a história do Visão foi alterada para que ele pudesse ser incluído no Universo Cinematográfico da Marvel. Em sua busca pela criação de um corpo mais poderoso, Ultron acabou manipulando a Dra. Helen Cho a usar sua tecnologia de tecido sintético juntamente com a joia do Cetro de Loki para criar o corpo artificial perfeito.

Contudo, a mudança mais notável é a Pedra Solar na testa da do herói, que, nos quadrinhos, absorve a força do sol para fornecer a energia necessária para o sintozóide funcionar, além de alimentar seus poderes. No cinema, a Pedra Solar foi substituída pela Joia da Mente, que concede ao proprietário o acesso a todos os pensamentos e sonhos, poderes mentais e abrange a consciência coletiva do universo. Isso faz do Visão uma figura essencial dentro do Universo Cinematográfico da Marvel, uma vez que sua origem está ligada ao futuro ataque encabeçado pelo titã louco, Thanos.

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Importância do Homem de Ferro

Ao iniciar o que um dia se tornaria do Universo Cinematográfico da Marvel, o estúdio da Casa das Ideias decidiu começar apresentando o Homem de Ferro, um personagem relativamente desconhecido do grande público, que não trazia nenhum apelo quando comparado aos medalhões da editora, isso porque grande parte dos heróis mais importantes - e populares - pertenciam a outros estúdios.

Acontece que o lançamento de Homem de Ferro, de 2008, foi um sucesso. O filme criou as fundações do DNA da Marvel no cinema e conseguiu popularizar um super-herói que, por vezes, foi antagonizado nos quadrinhos. Como resultado, Tony Stark e Robert Downey Jr. ganharam muito mais espaço e importância nos filmes, sendo diretamente responsáveis pelas altas arrecadações em bilheteria que os filmes da Marvel Studios emplacam atualmente.

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Paraplegia de Charles Xavier

Embora o cinema tenha apenas arranhado a superfície da conturbada relação entre Magneto e Professor X, a justificativa de X-Men: Primeira Classe para a paraplegia de Charles Xavier é muito mais profunda do que nos quadrinhos. Originalmente, um alienígena chamado Lúcifer atacou Xavier, derrubando uma imensa pedra sobre as pernas do mutante, consequentemente deixando-o paraplégico. A versão cinematográfica foi mais individual, tornando Magneto culpado pelo infortúnio de Charles.

Isso fez com que houvesse um peso muito maior na separação dos velhos amigos, já que a falta de empatia de Erik justifica seu lado vilanesco, além de plantar as sementes para o que seriam O Instituto Xavier e a Irmandade de Mutantes.

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Diversidade

Quadrinhos exploram a diversidade muito mais a fundo do que os filmes. No entanto, as tentativas cinematográficas de abordar temas, que são, muitas vezes, enfrentados como tabus sociais, têm surtido um efeito muito mais positivo do que o habitual.

Isso acontece porque o cinema tende a trazer temas delicados - como alterações de gênero, cor e sexualidade - de forma menos abrasiva e mais natural e, embora este nem sempre seja o caso, o fato do espectador geral não se importar muito com o material de origem, faz com que as mudanças sejam aceitas sem grandes problemas.

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Família em Logan

Com a derrocada dos heróis em O Velho Logan, o Wolverine escondeu as garras e, depois de muitos anos, construiu uma nova família, vivendo um breve período de paz em sua vida como um camponês subordinado de uma gangue liderada pelo Hulk e seus descendentes.

Em *Logan, a ideia de família é aplicada em paralelo aos laços de amizade, espelhando as relações dos X-Men nos quadrinhos. Quanto aos laços sanguíneos, Logan encontra em X-23 uma filha e é por ela que ele decide lutar contra seu passado.

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Envelhecimento

Os quadrinhos não tem uma grande preocupação com o envelhecimento dos personagens, o que gera uma certa estranheza em relação ao cânone. O mesmo, contudo, não pode ser dito do cinema.

Se tratando de uma mídia visual em live-action, certos personagens são interpretados e se tornam consagrados graças ao trabalho de alguns atores. Acontece que, como todo ser humano, atores envelhecem. Logo, para manter a linearidade da história, é totalmente natural que o herói ou vilão também passe por esse envelhecimento.

Dentro do Universo Cinematográfico da Marvel, por exemplo, faz nove anos desde que o Tony Stark revelou ser o Homem de Ferro. Assim como Robert Downey Jr., o Vingador Blindado também envelheceu e, como afirmou Kevin Feige, não há planos para reescalar os atores da Marvel.

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Recontextualização

O Universo Ultimate da Marvel, que teve suas publicações iniciadas no começo dos anos 2000, consistiu na modernização dos personagens e atualização de suas histórias para que os heróis e vilões da Casa das Ideias se enquadrassem nas pretensões e movimentos do novo milênio.

Em relação aos filmes, o Universo Cinematográfico da Marvel foi pautado com uma grande base no escopo dos quadrinhos Ultimate. Alguns dos exemplos mais famosos são a versão afro-americana de Nick Fury; os visuais menos carnavalescos e construção de um universo compartilhado. Contudo, os filmes conseguiram abordar essas atualizações de forma mais natural do que os quadrinhos. Apesar de êxito, o Universo Ultimate foi abominado por uma grande parcela dos fãs na época de seu lançamento por deturpar alguns personagens e conter uma atmosfera mais pesada do que a habitual.

A solução cinematográfica foi definida mais pelos erros do que pelos acertos do Ultimate. A Marvel Studios procurou manter a essência do Universo tradicional nas narrativas dos filmes, ao mesmo tempo em que, novamente, arriscou modernizar os personagens e realoca-los dentro do contexto da nossa época, tomando todos os cuidados para não repetir os mesmo erros do Ultimate.

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Qual você acredita que foi a melhor mudança dos filmes me relação aos quadrinhos? Não se esqueça de comentar!