[Crítica] Planeta dos Macacos: A Guerra – Macacos unidos são mais fortes!

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[Crítica] Planeta dos Macacos: A Guerra – Macacos unidos são mais fortes!

Por Fernando Maidana

É esse o sentimento que fica depois de assistirmos a esse magnífico filme que está em cartaz hoje nos cinemas!

A crítica não contém spoilers da trama!

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Ficha Técnica

Título: Planeta dos Macacos: A Guerra (War for the Planet of the Apes)

Ano: 2017

Lançamento: 03 de Agosto de 2017 (Brasil)

Direção: Matt Reeves

Classificação: 12 anos

Duração: 140 minutos

Sinopse: Em Planeta dos Macacos: A Guerra, César e seu povo é forçado a travar uma batalha mortal contra o exército humano liderado por um impiedoso Coronel. Depois dos macacos sofrerem várias baixas, César luta contra seus instintos mais sombrios e começa sua própria jornada para vingar sua raça. O caminho levará César e o Coronel a se encontrarem cara a cara, em uma batalha épica que vai determinar o futuro das duas raças e do próprio planeta.

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Planeta dos Macacos: A Guerra começa fazendo jus ao seu título em uma cena com soldados invadindo a selva ao melhor estilo Platoon, com apelidos gravados em seus capacetes e desbravando um terreno desconhecido.

Devemos nos lembrar que mais de 10 anos se passaram desde que começamos a acompanhar a jornada da chimpanzé que recebeu o soro ALZ-112 e concebeu o primeiro macaco com imensas capacidades intelectuais.

Assim, Caesar se tornou uma lenda entre os humanos remanescentes. Ele não está atrás de guerra e isso sempre foi mostrado claramente durante a franquia, mas a humanidade não consegue aceitar outra sociedade prosperando enquanto somos destruídos vagarosamente. Isso obriga o líder dos macacos a arriscar tudo para proteger seus semelhantes.

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Durante anos, a sociedade dos macacos prosperou. Mesmo sob o constante ataque da humanidade, o grupo conseguiu resistir e tornar-se cada vez mais forte e organizado.

Tudo isso graças à liderança inabalável de Caesar.

Mas alguns velhos fantasmas do passado retornam para atormentá-lo e isso acaba despertando um lado que jamais havíamos visto no personagem... e que até mesmo o próprio Caesar luta para manter guardado dentro de si.

Com isso, percebemos que por mais que sejam animais - agora racionais - os macacos estão sujeitos às mesmas emoções humanas e podem acabar deixando se levar por elas.

Nós já havíamos visto isso quando Koba traiu Caesar, acreditando que os macacos deveriam prevalecer sobre os humanos. Mas agora é o próprio Caesar que se vê nesse impasse.

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Assim, somos apresentados ao Coronel.

O personagem de Woody Harrelson é um vilão brilhante.

Ele é temido não apenas pelos macacos, mas também por grupos humanos inimigos e até mesmo por seus próprios aliados.

Apesar de, a princípio, parecer um simples vilão raso e megalomaníaco, logo entendemos as motivações do Coronel e ele ganha uma profundidade absurdamente maior.

No entanto, suas ações acabam despertando a ira de Caesar, que deixa seu discurso de paz para trás e parte em uma jornada própria em busca de justiça.

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Mas o Coronel faz jus à sua fama.

Com métodos de tortura chocantes, uma conduta rigorosa e um passado sombrio e amargurado, o personagem transforma a vida de Caesar e seus aliados em um verdadeiro inferno, além de ser o governante de uma espécie de "Campo de Concentração para Macacos".

Além disso, somos surpreendidos ao ver que parte do exército do Coronel é formado pelos macacos que seguiram Koba e traíram Caesar.

Isso deixa o clima de tensão e ação em alta durante todo o filme. Mesmo com 2 horas e 20 minutos de duração, são poucos os momentos que temos para respirar.

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A espetacular trilha sonora de Michael Giacchino também merece destaque.

O engraçado é que o filme possui mais momentos de silêncio do que músicas de fundo, mas a trilha ajuda a ditar o ritmo em diversas situações.

Com fortes inspirações em produções dos Anos 70 e 80, o compositor consegue equilibrar os momentos de tensão, com as cenas de batalha e os alívios cômicos.

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Sim! Por mais que se trate de um filme de guerra e de um momento crucial na história de Caesar, nós temos alguns alívios cômicos extremamente bem colocados graças ao excelente personagem do humorista Steve Zahn.

O Macaco Mau é um espécime de zoológico que foi exposto ao vírus da Gripe Símia através do contato com os humanos que visitavam o local. Consequentemente, ele também desenvolveu a inteligência que os macacos do grupo de Caesar alcançaram através da exposição direta ao soro.

Isso leva o grupo e o público, a questionar se existem outras colônias como a deles ao redor do mundo. Mas isso é história para um próximo capítulo da saga.

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Outra personagem que rouba a cena é a garota interpretada por Amiah Miller.

Ela é encontrada por Maurice - que também tem grandes momentos ao longo do filme - e logo percebemos que ela não é capaz de falar.

Assim, temos uma dinâmica interessante entre macacos capazes de se comunicar e com um raciocínio extremamente avançado e uma humana que basicamente tem de aprender como conviver em uma nova sociedade onde é o ser inferiorizado.

Mas ela nos ajuda a entender um dos principais plots do filme e que pode ter consequências muito maiores no decorrer da franquia.

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A trama se conclui quase como uma homenagem aos filmes originais da franquia.

A saga de Caesar é concluída de maneira magnífica e a história se encerra dando espaço para que um novo capítulo possa ser contado.

É interessante notar como o diretor se preocupou em permanecer ao lado de Caesar durante toda a trama. Existem outras histórias acontecendo, mas são poucos os momentos em que a vemos de outra perspectiva.

Isso nos aproxima ainda mais do protagonista e nos faz criar uma empatia ainda maior por ele.

O final deixa infinitas possibilidades em aberto e só nos faz torcer ainda mais para que Planeta dos Macacos seja um sucesso de bilheteria e garanta novas sequências nas telonas.

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Apesar de tudo, o filme se mantém em uma zona de conforto. A trama é sólida e se desenvolve de uma maneira absurdamente consistente, mas a história não ousa como A Origem ousou ao apresentar esse novo universo.

Provavelmente, Matt Reeves e Mark Bomback se preocuparam mais em fechar o arco de Caesar e plantar sementes que podem se desenvolver em filmes futuros.

Mesmo assim, Planeta dos Macacos: A Guerra é uma conclusão épica como uma conclusão épica deve ser.

Nós temos questionamentos filosóficos, grandes momentos de ação e um desfecho digno para um dos maiores líderes da história do cinema.

Todos os nomes envolvidos na produção merecem destaque, mas se desta vez Andy Serkis não receber ao menos uma indicação ao Oscar, podem abrir as portas do zoológico e deixar os macacos dominarem o mundo!

Nota 4,5/5