[CRÍTICA] The Flash: 3ª Temporada – Correndo em terreno acidentado!

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[CRÍTICA] The Flash: 3ª Temporada – Correndo em terreno acidentado!

Por Mike Sant'Anna
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Ficha Técnica

Título: The Flash

Período de exibição: 04 de Outubro de 2016 a 23 de maio de 2017.

Emissora: CW

Showrunners: Geoff Johns e Greg Berlanti

Quantidade de episódios: 23

Sinopse: Cego pela fúria, Barry (Grant Gustin) cai no jogo de Zoom (Teddy Sears) e descobre o verdadeiro objetivo do velocista: destruir todas as versões da Terra no multiverso. Na corrida de sua vida, Barry derrota Zoom mas não celebra sua vitória, e sim toma a decisão de correr para a noite em que sua mãe morreu para impedir o Flash Reverso (Matt Letscher) de mata-la, alterando seu passado e redeterminando seu futuro.

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Quando Barry voltou no passado e impediu que sua mãe fosse assassinada por Eobard Thawne, os fãs esperavam ansiosamente que isso significasse o início de um dos melhores arcos que o Flash teve nos quadrinhos: Flashpoint.

Porém, os espectadores se decepcionaram um pouco com a adaptação que o arco recebeu, afinal de contas, ele durou apenas dois episódios para se resolver.

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Quando você para pra avaliar que uma série como Agents of S.H.I.E.L.D conseguiu fazer um “universo alternativo”, em uma realidade virtual, de uma forma muito melhor executada do que Flash fez com seu Flashpoint, é um tanto quanto preocupante.

Mas no fim das contas, é compreensível a intenção dos roteiristas que, em vez de de focar no universo alternativo, resolveram focar nas consequências dos atos de Barry em alterar o passado, o que ainda é uma saída completamente válida e que poderia render bons frutos.

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A primeira metade da temporada nós fomos vendo o Flash enfrentar um novo inimigo misterioso, o Dr. Alquimia, trazendo de volta vilões que existiam apenas no universo de Flashpoint, enquanto Barry tinha que lidar com o mundo diferente que ele havia criado. Um bom exemplo é seu colega de trabalho, Julian, que o odiava por algum motivo aparente, - que posteriormente viemos a descobrir que era o tal Dr. Alquimia.

Essa primeira metade, trazia um futuro promissor para a série, pois víamos alguns “vícios” da CW sendo corrigidos na nossa frente, como o Flash não precisar mais que todo episódio viesse com uma moral da história. Assim ele poderia pensar em uma solução para o problema daquele episódio.

Personagens que pararam de ficar escondendo coisas uns dos outros, entre outras coisas que já eram clichês nas séries da DC/CW e que, nessa temporada, aparentava que eles refaziam estas situações, apenas para nos mostrar que eles aprenderam a lição.

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Eis que surge Savitar, mais um vilão velocista mascarado e misterioso. Porém, assim como eu mencionei anteriormente, parecia que a série queria quebrar alguns clichês com Savitar, explorando um velocista como nunca havia sido mostrado até então.

E realmente era isso que o vilão se mostrava, sendo alguém com um imenso domínio da Força de Aceleração, tendo poderes em níveis ainda inimagináveis para Barry.

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Infelizmente foi aí que as coisas começaram a desandar… A série foi retornando para seu núcleo mais clichê, os discursos frequentes retornaram, Flash voltou a ser um herói apático e nada divertido - eu sei que ser alguém divertido com a ameaça de Savitar é difícil, mas esse é o Flash gente! E os roteiros começaram a ser maçantes e enjoativos, Iris voltou a ser nada mais do que uma donzela em perigo e os personagens ficaram mais rasos do que nunca.

Até mesmo a tão aguardada revelação da identidade de Savitar foi brochante - por falta de uma palavra melhor - onde a série apelou para um clichê da ficção, trazendo um “irmão gêmeo maligno” do protagonista. Aqui eu gostaria de ressaltar inclusive como eles nem se esforçaram para disfarçar o clichê do Barry malvado, que só usava roupas pretas, tinha um rosto queimado e usava um “cabelo rebelde”

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Porém nem tudo foi decepção nesta temporada. Na verdade o saldo da terceira temporada é satisfatório no melhor uso da palavra, já que olhando o conjunto da obra, as coisas boas até conseguiram se sobressair sobre as coisas ruim.

A série conseguiu inserir um herói secundário de uma maneira excelente, já que o Kid Flash por muitas vezes na temporada chegou a ser até melhor de assistir do que ao próprio Flash, o que é uma coisa muito boa considerando que agora ele será o Flash oficial.

Assim, Wally acabou sendo o personagem que mais cresceu, considerando o quão insuportável ele era quando foi apresentado na temporada passada.

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Outra vitória que a temporada trouxe foi pavimentar o relacionamento de Barry com Iris de uma maneira natural, sutil e que, por mais que muitos discordem por motivos pessoais, para uma série de TV - principalmente se tratando de uma série CW - os dois formavam um casal honesto, sincero e real.

O arco final também foi digno de parabéns visto que os três últimos episódios foram muito bons, bem executados, com atuações excelentes e algumas soluções de roteiro bastante criativas, como por exemplo a luta final entre o Team Flash contra Savitar e Nevasca.

Um destaque enorme para o penúltimo episódio que conseguiu ser devastador, emocionalmente dizendo, de uma maneira que é rara de se ver em séries de heróis na TV aberta.

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Os efeitos especiais da série ainda se mantém um pouco amadores demais, o que é compreensível dadas as limitações de orçamento, mas é possível se notar uma melhora em relação à temporada passada. Um bom exemplo foi quando Caitlin resolve “surfar no gelo” (ótima cena por sinal), ou quando eles resolvem usar efeitos visuais práticos no Savitar ao invés de CGI.

Quanto aos novos personagens que a temporada apresentou, é um sentimento de “meio a meio” pois, da mesma maneira que a série apresentou Julian, que é uma adição mais que bem-vinda pelo talentoso Tom “Draco Malfoy” Felton, ela também apresentou H.R que quase conseguiu jogar todo bom trabalho de Tom Cavanaugh nas duas últimas temporadas no lixo.

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Para concluir, esta temporada sem dúvida foi a pior da série até agora, mas ainda assim, no final, fica o sentimento de que foi suficiente e que poderia ser definida com “ok”. Nada mais, nada menos.

Foi bastante conturbada, com muitos altos e baixos. Definitivamente não foi o melhor trabalho que Greg Berlanti e sua turma trouxeram, mas ainda está longe de ser um grande desastre como foi a 4ª temporada de Arrow, por exemplo. Levando em consideração ainda o ótimo arco final, é mais do que o suficiente para dar uma nota 3. Com a esperança de que os roteiristas se empenhem melhor para a próxima.