[CRÍTICA] Thor: Ragnarok – A franquia pode até ter melhorado, mas não o suficiente!

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[CRÍTICA] Thor: Ragnarok – A franquia pode até ter melhorado, mas não o suficiente!

Por Guilherme Souza

Com a direção nas mãos de Taika Waititi, o filme apresenta um claro contraste em relação às películas anteriores, mas infelizmente não é o suficiente para torná-lo um marco do Universo Cinematográfico Marvel.

 

Créditos: Marvel Studios
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Ficha Técnica

Título: Thor: Ragnarok

Ano: 2017

Lançamento: 26 de outubro (Brasil)

Direção: Taika Waititi

Duração: 130 minutos

Sinopse: Thor (Chris Hemsworth) está preso do outro lado do universo. Ele precisa correr contra o tempo para voltar a Asgard e parar Ragnarok, a destruição de seu mundo, que está nas mãos da poderosa e implacável vilã Hela (Cate Blanchett).

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Thor: Ragnarok - A franquia pode até ter melhorado, mas não o suficiente

Apesar dos filmes anteriores de Thor terem sido recebidos de forma positiva pelos críticos e por muitos fãs, sempre deixaram a sensação de que algo estava faltando. Talvez o fato de terem abordado o personagem como um alienígena e tentarem deixar seu lado mitológico de lado, tenha afetado parte da grandiosidade que ele representa nos quadrinhos. Ou talvez não tivessem encontrado a maneira correta de adaptá-lo.

Mas parece que tudo estava prestes a mudar no terceiro filme da franquia. Depois do sucesso de Guardiões da Galáxia, a Marvel parece ter entendido que aventuras cósmicas funcionam e que talvez levar o Thor por esse caminho não seja uma má ideia.

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Para aqueles que não sabem, o Ragnarok é o fim do mundo Asgardiano, ou seja, um grande evento catastrófico que finaliza a vida dos deuses para que eles renasçam e recomecem.

Apesar de parecer algo assustador, no início do filme, Thor lida com isso da mesma maneira que lidamos atualmente com os rumores sobre o fim do mundo. O asgardiano vai até os domínios de Surtur para confrontar o demônio, pois está tendo sonhos com o fim de Asgard e Surtur está presente neles.

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A essa altura do campeonato, esperávamos um Thor menos imaturo em relação aos filmes anteriores, ainda mais considerando as experiências vividas pelo herói até aqui. Entretanto, parece que temos o mesmo Thor de sempre, que ironiza seu inimigo ao ponto de parecer convencido demais.

A cena inicial já deixa claro que o humor será o grande foco do filme, mas diria que a abertura é algo forçado e que beira o ridículo, apesar do uso exagerado do humor funcionar no restante do filme. Isso acaba deixando o longa sem peso emocional. Cenas que deveriam ter um grande significado para os personagens (e para o público) acabam sendo interrompidas por um evento brusco e mal coordenado do roteiro ou uma piada fora de hora.

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Surtur acaba ficando em segundo plano e a verdadeira ameaça é apresentada por Hela, a Deusa da Morte. Já nos primeiros minutos em cena, ela se prova como uma das vilãs mais cruéis do Universo Cinematográfico Marvel.

Outra que se destaca é a Valquíria de Tessa Tompson, a heroína - que possui uma ligação direta com Hela - é apresentada de forma decaída e ganha sua redenção ao longo do filme. A interação dela com os demais membros do elenco é feita de forma natural e o carisma da atriz ajuda na aceitação da personagem.

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Uma das maiores qualidades de Ragnarok é justamente incluir referências incríveis aos quadrinhos do personagem. Os fãs sairão satisfeitos por ver momentos icônicos do personagem sendo reproduzidos ou citados.

As referências não se limitam somente ao Thor, como visto nos trailers, as cenas que buscam adaptar Planeta Hulk também estão muito ricas visualmente e fazem com que as páginas da HQ ganhem vida diante de nossos olhos.

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Por falar em Hulk, o gigante esmeralda está vivendo seu melhor momento nos cinemas. Mark Ruffalo interpreta Hulk e Bruce Banner com maestria, sabendo dosar as personalidades dos personagens e conseguindo ser carismático com ambos.

O visual do grandalhão também está incrível, os momentos de ação e principalmente a luta na arena contra Thor estão deslumbrantes, o que só nos deixa mais ansiosos ainda por um filme solo dele.

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Apesar de Cate Blanchett entregar mais uma atuação primorosa e, como dito anteriormente, uma vilã fria, calculista e ameaçadora, seus movimentos e ataques precisaram de um uso extra de CGI. Afinal, a vilã conjura espadas, adagas e diversas outras armas infinitamente e seria praticamente impossível fazer isso com efeitos práticos.

Entretanto, parece que o tratamento das cenas da vilã ficaram em segundo plano, já que tudo que usa o recurso no filme parece polido e real, exceto ela. A entrada triunfal da personagem em Asgard acaba não sendo tão triunfal assim quando vemos uma sequência de ação com qualidade duvidosa, que mais parece uma cutscene de algum jogo da era Playstation 2

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A fotografia e trilha sonora estão em completa harmonia, os cenários que deixariam Jack Kirby orgulhoso são ressaltados por músicas escolhidas perfeitamente para o momento.

Asgard está mais bonita e reluzente do que nunca, Sakaar foi reproduzido com maestria e reafirma sua identidade com músicas new age, o que ressalta a vibe tecnológica do planeta.

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Thor: Ragnarok eleva o patamar do personagem nos cinemas, mas não o patamar de seus filmes, mesmo sendo um filme divertido e agradável, o sentimento que fica é o de mais do mesmo.

O Loki de Tom Hiddleston acaba se sobressaindo novamente e cativa mais do que o Thor de Hemsworth, apesar do herói ter se livrado de seus dramas amorosos com Jane Foster e se mostrar muito mais independente e poderoso, ainda fica o sentimento de que ele não está pronto para ser o grande e imponente herói que deveria. O questionamento que fica é: quando esse dia chegar, ele será?

NOTA: 3/5