[CRÍTICA] Doutor Estranho – O mundo além do buraco da fechadura!

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[CRÍTICA] Doutor Estranho – O mundo além do buraco da fechadura!

Por Felipe de Lima

Atenção: A crítica a seguir foi realizada por um autor específico e não reflete a opinião total do site. Em todo caso, se você concorda ou discorda com a visão do autor ou dos comentaristas, lembre-se de ser respeitoso, sem ofender ou atacar ninguém gratuitamente. 

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Ficha Técnica

Título original: Doctor Strange

Duração: 130 minutos

Data de estreia: 02 de Novembro de 2016 (Brasil)

Direção: Scott Derrickson

Produção: Victoria Alonso, Stephen Broussard, Louis D'Esposito, Kevin Feige, David J. Grant, Stan Lee e Charles Newirth

Roteiro: Jon Spaihts, Scott Derrickson e C. Robert Cargill

Elenco: Benedict Cumberbatch, Chiwetel Ejiofor, Rachel McAdams, Benedict Wong, Mads Mikkelsen, Tilda Swinton, Michael Stuhlbarg, Benjamin Bratt e Scott Adkins.

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Ceticismo

Há um ceticismo muito grande quando se discute a chamada saturação de filmes de super-heróis. Enquanto o público casual se amarra cada vez mais nas adaptações de histórias em quadrinhos, os fãs de longa data parecem ir na direção oposta. Doutor Estranho é a tentativa da Marvel de unir os dois mundos.

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Visual

Doutor Estranho é hipnótico, megalomaníaco e, com certeza, belo. A evolução do diretor Scott Derrickson é fantástica. Vindo de filmes de terror como A Entidade e O Exorcismo de Emily Rose, o cineasta prova que as decisões controversas da nova fase da Marvel se mostram certeiras, resultando num blockbuster esteticamente inovador, ao mesmo tempo que busca referências visuais em 2001: Uma Odisseia no Espaço, Matrix, A Origem e até mesmo Harry Potter. Um espetáculo retirado com maestria dos quadrinhos de Steve Ditko do Mago Supremo.

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Trama

Fato é que Derrickson consegue dar um jeito de fazer a grande maioria dos elementos funcionarem, se distanciando da homogeneidade tão criticada da Fase Dois do Universo Cinematográfico da Marvel.

Embora a história de origem do Doutor Estranho soe familiar - seguindo o mesmo procedimento apresentado por Christopher Nolan em Batman: Begins e imitado por Jon Favreau em Homem de Ferro - o filme adiciona a estonteante noção de magia à narrativa. Não aquela explicação cientifica dos filmes do Thor, mas uma viagem transcendente e profunda.

Um conceito certamente inspirador para futuras produções.

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Protagonista

A escolha do protagonista é, desde sua essência, uma das melhores da Marvel. Benedict Cumberbatch entrega um Doutor Stephen Strange dono uma presença inteligente e abundantemente elegante, que encanta do princípio ao fim.

Sua jornada possui paralelos com a do Homem de Ferro, mas é mais agressiva e menos comprometedora.

Seja pelo carisma ou pelas semelhanças, o ator inglês é colocado numa posição digna de herdar o protagonismo quase que monopolizado pela face de Robert Downey Jr..

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Coadjuvantes

Quanto aos personagens de apoio, Benedict Wong mostra um veia humorística muito palpável para seu Wong. Chiwetel Ejiofor, por sua vez, é fantástico como Mordo, mesmo que se trate de uma versão preliminar do personagem, adjacente a da animação do Mago Supremo lançada em 2007.

O grande destaque, entretanto, vai para a performance magnífica de Tilda Swinton como a Anciã. A personagem, originalmente apresentada como um homem nos quadrinhos, aproveita da licença poética da troca de gênero para adicionar balanço à trama e diversificar ainda mais o elenco.

Quem decepciona é Rachel McAdams, par romântico do Doutor Estranho, que acaba tendo em sua humanidade o único elo de Strange com o passado. O problema é que ela é subaproveitada em meio a tanta feitiçaria.

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Antagonista

Depois de Loki, a Marvel tem tido problemas para emplacar um vilão carismático e ameaçador no cinema. Kaecilius é mais interessante do que Ultron e Jaqueta Amarela, mas continua o legado de vilões de poucas camadas, mesmo com a interpretação excelente de Mads Mikkelsen.

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Trilha Sonora

Um nome, porém, é responsável pela apresentação de uma trilha sonora memorável dentro do Universo Cinematográfico da Marvel. Michael Giancchino traz composições influenciadas pela cultura oriental, que deixam o conjunto ainda mais original.

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Inovação

Depois de oito anos na estrada e 14 filmes, a Marvel nos devolve em Doutor Estranho o ar de esperança de que o estúdio ainda é capaz inovar o cinema de super-heróis. E, embora Doutor Estranho não seja uma revolução em termos de história, a abordagem visual do longa coloca o Universo Cinematográfico da editora num caminho totalmente novo.

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Vale a pena gastar seu dinheiro com Doutor Estranho?

Vá ao cinema tranquilo. Doutor Estranho é digno de atenção. Quase impossível não sair do cinema planejando o retorno. Assista em IMAX, se possível. Nem preciso lembrar que é pra ficar até o final dos créditos. Duas cenas incríveis te aguardam.

Nota: 4,5.

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Doutor Estranho estreia hoje, dia 02 de novembro, em todo o país!