Uma das boas surpresas da primeira temporada da série foi a inclusão do Deathlok. Nas HQs, trata-se de um ciborgue alterado contra sua vontade para servir a propósito de seus criadores. Embora a identidade do Deathlok da série seja diferente dos quadrinhos e o personagem tenha sofrido algumas mudanças com relação à sua origem, a essência permanece a mesma.

Além disso, a série soube inserir bem a temática do horror corporal por trás do surgimento do Deathlok. Vemos aqui um ser humano no meio de um grande conflito existencial, não conseguindo controlar seu corpo e tendo de servir a pessoas com planos macabros e terríveis.

A quarta temporada de Agents of S.H.I.E.L.D. começou a introduzir conceitos mais místicos no Universo Cinematográfico da Marvel. Uma das ideias que logo foi trazida para a série diz respeito à existência do Tomo Negro, um livro maldito presente nas histórias do Doutor Estranho nas HQs.

Aqui, temos uma adaptação bem planejada do artefato e de seu uso. Ele é utilizado para realizar ciência obscura e ocultista, em vez de encantamentos místicos, mas assim como no material-fonte, é um objeto que enlouquece e corrompe a mente de seus usuários.

Embora tenham durado bem menos do que nós queríamos, os Guerreiros Secretos de Agents of S.H.I.E.L.D. se juntam a essa lista por serem a adaptação de um dos maiores elementos da S.H.I.E.L.D. nas HQs.

E embora lá eles sejam uma força-tarefa designada pelo próprio Nick Fury, aqui temos um caso bem mais particular: tratam-se de quatro agentes Inumanos que precisam resgatar o restante da equipe quando tudo começa a dar errado. A equipe durou pouco, mas nada exclui a possibilidade de uma nova formação no futuro.

Quando Capitão América: Guerra Civil chegou ao fim, muitos se questionaram sobre como os eventos do filme influenciariam no restante do Universo Cinematográfico da Marvel, ainda mais pensando que um dos elementos apresentados aqui foram os Acordos de Sokóvia, que preenchem o espaço da Lei de Registro dos Super-Humanos nas HQs.

A quarta temporada de Agents of S.H.I.E.L.D., por sua vez, soube conduzir essa subtrama com um toque sutil, mas sempre presente. Aqui, vemos as consequências reais da Guerra Civil e na websérie Slingshot, podemos ver ainda mais sobre os bastidores dos Acordos.

Quando Grant Ward morreu na midseason finale da terceira temporada da série, muitos ficaram chocados. O que poucos esperavam é que o vilão fosse ressurgir ainda mais poderoso, já que dessa vez, retornaria controlado pelo Inumano ancestral Hive.

Hive foi provavelmente o melhor vilão que a série já teve, introduzido como uma ameaça real à equipe. Além disso, foi bem interessante vê-lo como objeto de culto de um ramo derivado da HIDRA, o que criou ainda mais profundidade ao personagem e à organização terrorista.

Quando começou a ser exibida, em 2013, Agents of S.H.I.E.L.D. entristeceu alguns fãs por não ter nenhum personagem dos quadrinhos entre seus membros principais. Isso acabaria mudando aos poucos, com a revelação de que Skye era, na verdade, Daisy Johnson, a heroína conhecida como Tremor. Porém, antes que essa revelação pudesse acontecer, fomos apresentados à agente Bobbi Morse, ou Harpia.

Apresentada nos primeiros episódios da segunda temporada, a personagem ganhou destaque na série, agindo como uma das principais agentes da equipe, ao lado de seu affair amoroso, Lance Hunter (que também é um personagem das HQs). Infelizmente, os dois personagens não estão mais na série... mas esperamos ansiosos para algum tipo de retorno.

Capitão América: O Soldado Invernal veio para mudar tudo a respeito do Universo Cinematográfico da Marvel. Foi aqui que descobrimos uma grande infiltração da HIDRA dentro da SHIELD. E assim sendo, nenhum outro filme ou série foi tão afetado por essa revelação como Agents of SHIELD.

A HIDRA se tornou a maior ameaça geral da SHIELD e do próprio seriado, levando à risca o ditado "Corte uma cabeça, duas novas surgirão em seu lugar". Atualmente, a organização não está dando as caras, o que de certa forma é bom para manter a série sempre diversificada. Contudo, o futuro pode abrigar grandes planos sombrios por parte da HIDRA.

Enquanto a Marvel Studios ainda estava planejando fazer um filme dos Inumanos, a divisão televisiva já estava dez mil anos à frente, produzindo toda uma história centrada na raça em Agents of S.H.I.E.L.D.. A partir da segunda temporada, foram inseridos detalhes sobre os Inumanos e isso foi sendo desenvolvido com bastante cautela.

Conhecemos uma aldeia inumana, heróis e vilões da raça e, agora, a trama está direcionada ao preconceito contra inumanos e seu uso como armas políticas. Foi graças a isso, inclusive, que o estúdio aboliu a ideia de um filme para esses personagens e, em 2017, lançará uma série voltada para a Família Real dos Inumanos.

Até agora, a quarta temporada da série tem se provado a mais inovadora e a melhor, em questão de tramas e narrativas. Para começar, fomos apresentados ao Motorista Fantasma, que serviu como condutor (perdão pelo trocadilho) do primeiro arco de histórias desse quarto ano.

Robbie Reyes foi brilhantemente adaptado, trazendo consigo uma carga referente à mitologia do Espírito da Vingança nas HQs - com direito à aparição do próprio Johnny Blaze. Por ora, o personagem está desaparecido, mas devido ao seu sucesso, já sabemos que um retorno é garantido.

Se tem um elemento que sempre esteve presente nas histórias da S.H.I.E.L.D. nas HQs, trata-se da existência dos MVAs, ou Modelos de Vida Artificiais. Tratam-se de androides feitos para substituir pessoas. Curiosamente, esses androides evoluíram de forma a ganhar consciência própria. E isso tem sido a melhor coisa que a série já trouxe à vida.

A quarta temporada não apenas introduziu o conceito de MVAs, mas também trouxe consigo toda a carga filosófica e ética por trás desse elemento, ao mesmo tempo em que criou todo um suspense em cima de "quem é humano e quem é MVA?"

Ainda nos resta descobrir qual será a conclusão do arco envolvendo os MVAs na série, mas já é seguro dizer que é a melhor trama já construída ao longo dos quatro anos de exibição do seriado.