Baby Groot foi uma fofura do início ao fim do filme. Era muito difícil olhar para qualquer outra coisa quando ele estava em cena e a sequência de abertura do filme - ou melhor, a abertura dos Guardiões - mostra bem isso.

Aqui, na iminência da chegada de uma terrível criatura espacial, Rocky Racum prepara-se para a batalha e... coloca música para tocar. O que vem a seguir é um plano sequência onde vemos o pequeno Groot dançando em meio à voraz batalha e, ao mesmo tempo que nos sentimos desesperados e com medo dele ser machucado, não podemos deixar de ter crises de fofura.

Em determinado ponto do filme, a equipe se separa. Enquanto Rocky, Baby Groot e Nebulosa ficam consertando a Milano, Senhor das Estrelas, Gamora e Drax partem com Mantis e Ego em direção ao planeta-"casa" do pai de Peter Quill.

E a chegada ao local é de encher os olhos, ainda mais considerando que ela foi inteiramente feita com efeitos visuais e tela verde. Tudo é bem pensado, desde o chão, que tem uma aparência "orgânica", até as bolhas líquidas que flutuam entre os Guardiões e seus anfitriões.

Com a pretensão de ser ainda maior que o primeiro, Guardiões da Galáxia Vol. 2 é um filme que não poupa piadas e tiradas cômicas, por mais que muitas delas não acertem como o esperado. Contudo, uma que nos deixou rindo por um bom tempo é quando Yondu, Groot, Rocky e Kraglin fogem em direção a Ego.

Lá, Yondu diz que eles não podem dar tantos saltos espaciais consecutivos, pois isso interfere na anatomia de mamíferos. E então temos uma cena hilária, fazendo grandes referências a cartoons dos anos 80 e 90, com os heróis deformados pela viagem (aliás, aplausos pela concepção visual dos saltos espaciais do filme).

Rocky é definitivamente um dos personagens mais irônicos e ácidos do filme. Mas o ponto alto disso é quando ele desafia o novo líder dos Saqueadores, o criminoso espacial conhecido como Taserface. Claramente que, com um nome ridículo desses, o personagem não seria poupado pelo guaxinim anti-heroico.

E então ele começa a fazer piadas com o nome, que resulta em cenas hilárias da tripulação dos Saqueadores se forçando a não rir. E isso culmina em uma cena ainda mais engraçada, quando Taserface faz contato com uma dos Soberanos, algumas cenas depois.

Quando aparece pela primeira vez, interpretado por Kurt Russell, Ego parece realmente ser uma criatura benigna, em busca de seu filho para criá-lo e repor todos os anos de ausência. Contudo, com o desenrolar da trama, vemos que ele não é tão benigno quanto aparenta.

A cena em que ele finalmente revela seus planos para Quill, entrecortada por momentos de tensão quando Mantis revela a verdade para Drax, Nebulosa e Gamora é excepcional, criando uma ameaça universal para os Guardiões.

A ação do filme está fantástica. Sério, não deve em nada para o filme anterior ou para outros filmes do Universo Cinematográfico da Marvel. Um destaque inédito, que ainda não tínhamos visto bem na primeira aventura do grupo, é a perseguição de naves espaciais e, aqui, isso é feito com maestria.

A cena de batalha contra os Soberanos é de tirar o fôlego, ainda mais se você conseguiu ver o filme em 3D. Os tiros e batidas entre as naves podiam ser sentidos na pele.

Drax é o maior piadista da equipe, por mais que nem ele perceba isso. A cena que arrancou gargalhadas foi quando ele finalmente conhece Mantis e os dois tem um momento emocional juntos.

Logo em seguida, ele diz como ela é horrível e como isso pode ser uma coisa boa. A piada continua frequente ao longo do filme e, certamente, conseguiu fazer boa parte do público não segurar o riso.

Assim como no primeiro filme, temos aqui uma nova "fuga da prisão", embora ela seja levemente diferente do que estávamos esperando. E, mesmo que ela já tivesse sido divulgada em convenções e em alguns teasers, nada a estragou.

É revigorante e extasiante ver Yondu, Rocky e Groot se vingando do restante dos Saqueadores ao mesmo tempo que conseguem manter um grande estilo em sua fuga.

A relação entre Gamora e Nebula é muito melhor explorada no segundo filme e tem pontos altos marcantes. Aqui, descobrimos por que Nebula nutre um ódio tão forte pela irmã e são motivos realmente desoladores.

A batalha entre as duas, com a eventual reconciliação, é um grande destaque do filme, que ajuda a criar um laço maior ao mesmo tempo que nos mostra as marcas da crueldade de Thanos.

Yondu e Rocky são os dois personagens com maior evolução emocional ao longo do filme e é uma cena e tanto, quando o ex-líder dos Saqueadores conversa cara-a-cara com o anti-herói, explicando as semelhanças entre os dois.

Temos aqui um ponto de virada dramático para os dois e uma cena que certamente fará alguns fãs lacrimejarem, principalmente pela relação que eles desenvolvem até o final do filme.

A batalha final é onde a ação se torna universal - literalmente. Depois de todos os problemas, os Guardiões da Galáxia finalmente enfrentam Ego, ao mesmo tempo em que têm de lidar com a frota dos Soberanos, apertando o cerco sobre eles.

A cena é bem construída e também é muito animadora para o público, especialmente depois que vemos o Senhor das Estrelas enfrentando seu pai ao som de The Chain do Fleetwood Mac.

O Universo Marvel - e por consequência, o MCU - é um lugar complicado para se trabalhar com mortes. Todas precisam de um peso que seja mantido e não possa ser estragado por inúmeras ressurreições. E é exatamente o que acontece - pelo menos até então - na morte de Yondu.

Toda a sequência do funeral é linda. Sentimos nossos corações apertarem desde a cena em que Quill e Groot escutam Father and Son até a cena em que os Saqueadores aparecem para prestar suas condolências. Apesar de quebrar um pouco o humor do filme, a cena é necessária e desenvolve bem a relação entre os personagens com o encerramento da história.

Por fim, como menção honrosa, resta falar das, não apenas uma, mas cinco cenas pós-créditos, já que todas são muito boas em suas propostas. Primeiramente, as mais cômicas servem bem os objetivos, seja Kraglin tentando usar a flecha de Yondu ou Groot adolescente dando dor de cabeça para Quill.

Mas as cenas realmente especiais têm pistas para o futuro do MCU. Seja a reunião dos líderes dos clãs de Saqueadores - que, nos quadrinhos, são os Guardiões da Galáxia de 3000 -, a criação de Adam Warlock ou mesmo a participação dos Vigias, que cria a esperança para os fãs de que tenha realmente acontecido um acordo entre a Marvel e a Fox...