The Flash: 3.17 – La La Flash!

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The Flash: 3.17 – La La Flash!

Por Mike Sant'Anna

Antes de mais nada é muito bom deixar claro que este é um episódio extremamente despretensioso e, acima de tudo, não é pra todo mundo. Se você é do tipo de pessoa que não gosta de musicais ou de arcos sentimentais sobre amor nas séries de heróis – e está tudo bem em não gostar – este episódio não irá chamar sua atenção em absolutamente nada e, provavelmente, irá até te irritar um pouco.

Desde a escalação de Melissa Benoist como Supergirl, muita gente começou a ver uma semelhança, onde dois atores protagonistas de séries de heróis da DC Comics vieram do elenco de Glee, obviamente isso começou a levantar hipóteses de um episódio musical, à medida que o tempo passava, cada vez mais perguntas sobre um possível musical, até que a CW resolveu dar o braço a torcer e fazer o bendito episódio musical. E claro que as pessoas torceram os narizes.

Mas que grata surpresa foi o episódio Duet, um episódio que teve um roteiro super simples sem a menor pretensão de adicionar nada à história de nenhuma das duas séries, apenas trazer um pouco de diversão para o espectador através da música, afinal, como diriam os Dobbie Brothers em sua canção Listen to the Music:

 

“Você não sente isso crescendo dia a dia? Pessoas se preparando para as novidades, algumas estão felizes, outras estão tristes. Nós temos que deixar a música tocar. O que as pessoas precisam é de um jeito de fazê-las sorrirem. Não é tão difícil, se você souber como.”

 

Sim, isso também virou uma crítica em forma de musical. Mas voltando ao episódio, ele trouxe o vilão Mestre da Música, interpretado pelo ator Darren Criss – que também veio de Glee – para ser a justificativa de um episódio musical. E como esse vilão funcionou bem, foi carismático, enigmático e a falta de explicação sobre a dimensão dos seus poderes foi o suficiente para tornar este mundo musical em algo acreditável.

As atuações das pessoas no mundo musical eram propositalmente forçadas e medíocres para criar esse ar caricato para brincar um pouco com a linguagem dos musicais – coisa que eles fazem constantemente durante o roteiro deste episódio – e foi muito interessante ver os atores Victor Garber, John Barrowman, Carlos Valdés entre outros atores interpretando personagens completamente diferentes e ainda assim interagindo com Kara e Barry.

Um destaque muito grande para a química que, mais uma vez, Grant Gustin e Melissa Benoist possuem. Sempre que os atores estão juntos você reza para que um dia exista uma série de Flash e Supergirl juntos, pois além dos atores se darem super bem em cena, os personagens construíram uma amizade muito interessante de ver. E a camaradagem de ambos neste episódio, era quase como se eles seguissem aquela música dos BeatlesWith a Little Help From My Friends:

 

“O que você pensaria se eu cantasse desafinado? Você se levantaria e me abandonaria? Me empreste suas orelhas e eu cantarei uma canção para você e eu tentarei não cantar fora de tom. Oh, eu consigo com uma pequena ajuda de meus amigos. Eu vou longe com uma pequena ajuda de meus amigos.”

 

Mas e o mais importante? As músicas! Como eu disse, se você não é o tipo de pessoa que curte musicais – e mais uma vez, está tudo bem em não gostar de musicais – Esse episódio não é para você. Mas para aqueles que gostam, você fica impressionado com o talento musical do elenco da CW. Jeremy Jordan, o Winn, me surpreendeu com sua capacidade vocal na segunda música do episódio. Obviamente nós temos no episódio três atores que participavam de Glee, Victor Garber e John Barrowman que são atores teatrais e já tiveram experiências com musicais e Carlos Valdés, que até tem uma banda chamada Tha Los – procura depois, é bem boa -, o que traz a qualidade técnica que o episódio precisava. Além do fato de termos músicas já famosas misturadas com excelentes músicas originais como Super FriendsRunning Home to You.

Mas não só de termos técnicos vive este episódio, visto que o principal foco está nos sentimentos. Tanto os sentimentos dos personagens, já que o foco do roteiro está totalmente em resolver os problemas amorosos que Barry e Kara estão passando, quanto os seus sentimentos como espectador que senta na cadeira e aproveita 40 minutos de algo bonito feito para te entreter. Não há vergonha de assumir que ao fim do episódio, você se sente com o coração um pouco mais aquecido e com uma visão um pouco mais brilhante e cheia de cores sobre as séries da DC. Afinal, como diz a música da animação A Bela e a Fera:

 

“Sentimentos vem para nos trazer novas sensações, doces emoções e um novo prazer. E numa estação como a primavera, sentimentos são como uma canção para a Bela e a Fera”

 

No fim, este é um episódio que deve ser analisado de uma maneira diferente, porque ele veio com uma promessa diferente, uma promessa para te divertir e te entreter. Sendo assim, só posso dizer que o episódio cumpriu sua promessa com louvor, foi possivelmente o episódio mais divertido que eu já vi em alguma série de heróis. E foi um episódio que veio em uma época muito propícia, onde estamos, às vezes, levando o entretenimento das adaptações de quadrinhos muito à sério, Duets veio para nos lembrar que histórias em quadrinhos às vezes só precisam ser divertidas, assim como a música Diversão dos Titãs diz:

 

“Tudo isso, às vezes tudo é fútil. Ficar ébrio atrás de diversão. Nada disso, às vezes nada importa. Ficar sóbrio não é solução. Diversão é solução sim. Diversão é solução pra mim.”

 

Confira abaixo o pôster oficial do episódio e algumas imagens de Duet.