Game of Thrones: 07.01 – Podemos realmente começar?

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Game of Thrones: 07.01 – Podemos realmente começar?

Por Márcio Jangarélli

Deixe apenas um lobo, um leão ou um dragão vivos e as ovelhas nunca estarão a salvo. É isso o que podemos tirar da season première da penúltima temporada de Game of Thrones. A série nunca foi muito conhecida por seus inícios de temporada, mas temos que admitir que esse foi um dos melhores até então, para compensar o ano diminuto.

Começamos com um passo tenso, sinalizando a proximidade do fim: depois de matar Walder Frey na temporada passada, Arya Stark ficou nas Gêmeas para terminar o serviço. A moça reuniu todos os Frey para um banquete e envenenou cada um deles, lembrando do Casamento Vermelho. Tudo isso usando o rosto do líder da casa e deixando as mulheres do lugar vivas para contar a história.

Não vamos entrar no mérito de como funciona a troca de rostos ou do tempo na série – já passamos dessa fase, galera. É masoquismo acompanhar Game of Thrones todo esse tempo e ainda ficar indignado com os problemas temporais da trama. A cena funciona para abrir a penúltima temporada dizendo com todas as letras que o Inverno já está entre nós, que vamos ver um massacre seguido do outro e que enquanto uma pessoa de cada família ainda estiver viva, ninguém deve relaxar.

Um “problema”, porém: essa cena meio que confirma o tal roteiro vazado da temporada – que continha algumas coisas bem legais e outras não tão interessantes assim. Só saberemos dizer com certeza nas semanas seguintes.

Onde está seu Montanha Zumbi agora?

>NO NORTE

Enfim, a sétima temporada começa mesmo com o avanço dos Caminhantes Brancos até a Muralha em uma visão do Bran. Assim, o rapaz chega no castelo da Patrulha da Noite, recepcionado pelo Edd Doloroso.

Algumas notas sobre a visão do Bran: A coisa mais chamativa ali é que o exército de mortos conta com gigantes. Também, a caminhada em si, envolta pelo gelo, sinaliza que o Rei da Noite realmente começou sua marcha para o Sul e o Inverno rigoroso acompanha seus passos.

Do extremo Norte, vamos para Winterfell, onde Jon Snow não está em seu melhor momento. Quando vimos o Rei do Norte pela última vez, ele estava receoso quanto à posição e a ofereceu para a Sansa. Agora, ele reafirmou seu poder no meio de todos, em uma reunião Nortenha, passando por cima de um argumento da moça. Não que a Sansa estivesse certa; Jon tem seu ponto para perdoar os Karstark e os Umber, mas já vimos mais de uma vez que ignorar a voz da Lady Stark não é o melhor caminho.

Uma decisão interessante – e que deve ser aplaudida – é o Jon colocar homens e mulheres em preparação para a grande batalha. Eles estão lutando contra um inimigo muito superior, nenhuma força pode ser deixada de lado e, bom, se tirarmos Jon do jogo um pouco, as mulheres estão dominando Westeros.

Sansa confronta o Mindinho, com uma das melhores frases do capítulo, “Não precisa falar mais nada, Lorde Baelish. Vou presumir que seria algo esperto”, Brienne chuta a bunda do pobre Podrick e a missão atual do Norte é estabelecida: proteger os castelos abandonados da Patrulha da Noite na Muralha, que os Selvagens ficaram encarregados, enquanto procuram Vidro de Dragão para usar como arma contra os Outros – coisa que, como vocês podem imaginar, levará ao encontro entre Jon Snow e Daenerys.

>EM PORTO REAL

Ele não é um cara legal, mas é o maior pirata do mundo. Good enough.

A Rainha Cersei está determinada em manter e expandir seu poder recém-adquirido. Para montar sua estratégia de guerra, ela não faz “apenas” uma mesa com o mapa de Westeros, como a do Aegon. A leoa foi além e montou uma sala especial, pintando o mapa detalhado do continente no chão para avaliar suas alternativas.

Antes de chegar na estratégia, vemos que, depois de tanto tempo, ela parece mais equilibrada que nunca – e sem remorsos. Conversando com o Jaime, ela revela que cansou de chorar por seus filhos, que considera uma traição o que o Tommen fez e que reconquistará toda Westeros em nome de sua família. A questão é: Que família? Os Lannisters estão tão mortos quanto os Stark e os Targaryen. Jaime se pergunta a mesma coisa e isso pode ser uma pista do que está por vir.

Pensando como uma estrategista – ela não passou aqueles anos todos junto de seu pai à toa – Cersei reconhece que está cercada: inimigos pelo Oeste (Olenna), inimigos pelo Leste (Daenerys), inimigos pelo Sul (Dorne), inimigos pelo Norte (Starks). E mesmo com tantas ameaças, ela não está abalada.

Muita gente achou que a Cersei cairia rápido do Trono – principalmente sem os Frey. No entanto, ela foi atrás de uma parceria que deve funcionar muito bem em seu favor: Euron Greyjoy, o atual líder das Ilhas de Ferro. A Rainha não brinca em serviço e sabe exatamente as intenções do Euron e como deve tratá-lo.

O pirata quer tomá-la como esposa, expõe todas as suas qualidades – tipo ter as duas mãos ainda – e diz que, para provar sua lealdade, lhe trará um presente digno. Vimos nos trailers imagens de guerra entre navios, além de algumas fotos dos bastidores mostrarem Ellariaas Serpentes de AreiaYara em Porto Real. Esse é um presente grande, mesmo que a ideia de ver o Euron surgindo com o berrante que controla dragões, objeto que ele possui nos livros, seja bem mais interessante.

Algo para prestar atenção: Euron reforça a ideia de ter percorrido todos os mares em seu discurso, além de deixar seu lado mais sádico escapar. Especulações dizem que o Greyjoy pode ter encontrado os Caminhantes Brancos em suas viagens e talvez suas intenções sejam mais obscuras do que imaginamos. Quem sabe?

Jaime não está muito feliz com a situação, mas a Rainha está. Se alguém sabe matar irmãos, esse é o Euron, como ele deixa bem claro, e um dos inimigos principais da Cersei é o Tyrion.

Mais um ruivo nessas terras.

>CIDADELA, IRMANDADE E ARYA

Com tudo isso dito, vamos agora para a Cidadela, onde o Sam está em seu treinamento de Meistre. A sequência toda é bem bacana e nojenta, conhecemos um pouco mais sobre como os Meistres veem o mundo e surpresa: Eles não ligam muito para os Caminhantes Brancos ou o Inverno. Como o próprio Arquimeistre Marwyn coloca, o mundo já enfrentou situações parecidas e não acabou. O Inverno sempre passou. A função dos Meistres não é se preocupar com isso e sim registrar tudo o que está acontecendo.

Mesmo assim, Sam tem sua missão, rouba alguns livros proibidos sobre a lenda dos Outros e… Descobre que Pedra do Dragão possui uma grande mina de Vidro de Dragão. É meio frustrante essa “descoberta”, quando esse já é um fato há muito conhecido por quem acompanha a história. Porém, esse é o motor para levar o Jon até a nova sede da Rainha dos Dragões.

Duas coisas chamam a atenção na sequência da Cidadela: Finalmente o filho da Gilly cresceu – pois é, galera, escutaram as reclamações – e descobrimos de quem era aquela mão misteriosa do trailer. Sir Jorah Mormont foi parar na cidade dos Meistres de alguma forma. Faz sentido na questão plot, quando ele está buscando uma cura, mas o que isso acrescenta na história, nem dá para imaginar.

Em outro canto, a sequência mais aleatória do capítulo fica com Sandor e a Irmandade Sem Bandeiras seguindo para o Norte. Aquela casa onde eles param é onde o Cão e a Arya se hospedaram, tempos atrás. Lá, além de termos mais um pouco do cão arrependido, Beric invoca o Senhor da Luz para uma visão e descobrimos que o destino desse grupo é mesmo a Muralha.

Por fim, indo para o Sul, querendo matar a Cersei, a Arya encontra o Ed Sheeran e um grupo de soldados Lannister no meio da mata. É só uma cena para fazer ela ficar com saudade de casa – a moça logo vai mudar seu caminho para o Norte.

>PEDRA DO DRAGÃO

Shall we begin?

Ainda que o capítulo receba o nome de “Pedra do Dragão”, a chegada da Daenerys na ilha foi menos animadora do que esperávamos. Talvez as cenas no trailer e as fotos tenham estragado um pouco a experiência.

De qualquer forma, depois de seis temporadas, a Mãe dos Dragões finalmente aportou em Westeros, a uma distância bem curta de Porto Real, no lar de seus ancestrais. A sequência é simbólica, explorando bem o cenário e o ponto alto fica para quando ela derruba o estandarte do Stannis, seguindo pela sala do trono, finalizando seu passeio atrás da Mesa do Conquistador, lançando um “Podemos começar?”.

E aí, podemos?

Para o episódio da semana que vem, teremos Mindinho sendo ameaçado no escuro, Yara já querendo partir para cima da Cersei, um encontro entre Arya e Nymeria sim! – e desconfiança, tanto do Norte, quanto de Porto Real, quanto à chegada da Nascida da Tormenta em Westeros.

O que acharam do capítulo? Preferem tomar um vinho com a Arya ou com a Cersei? O que esperam dessa temporada? Não esqueçam de comentar!

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