10 motivos pelos quais você deveria ler Sandman!
10 motivos pelos quais você deveria ler Sandman!
Sandman, send me a dream. Uma das obras mais incríveis da história dos quadrinhos, com possibilidades (assustadoras) de ganhar um filme em breve, Sandman, de Neil Gailman. A história do Senhor dos Sonhos é leitura obrigatória para qualquer fã de quadrinhos ou da cultura pop em geral. São tantos detalhes e nuances na trama megalomaníaca e melancólica de Neil Gailman que, talvez, não baste apenas uma, mas várias.
Assim, escolhermos 10 motivos pelos quais você deveria ler Sandman! O autor dessa lista não é tão confiável assim para falar, quando ele é fanático pela saga, porém, deem uma chance. Se você já leu, deixa aí nos comentários o que gosta, o que não gosta e o que acha de um filme sobre a obra.
Morte
Em Sandman, temos os Perpétuos, personificações de aspectos do universo e da consciência humana. São 7 irmão e, a mais velha, que, ao que tudo consta, é quem vai apagar as luzes e fechar as portas do Universo quando tudo acabar, é a Morte. A irmã mais velha de Morfeu é um dos melhores personagens da saga, e isso é dizer muito, visto a quantidade de seres incríveis que são apresentados ao leitor durante a trama.
A Morte é personificada como uma garota de 20 anos, com um estilo gótico, porém, completamente amante da vida. É mostrado que ela nem sempre foi assim e, para entender melhor seu lugar no plano geral, ela ganha vida, 1 dia a cada 100 anos e no final das 24 horas, morre. Ela ganhou histórias próprias, como “O Alto Custo da Vida” e é uma peça fundamental da história. É a única vez que eu posso te garantir que você vai se apaixonar pela Morte.
Delírio
Delírio, que já foi Deleite, mas, durante sua jornada como uma das engrenagens que constitui o universo, tornou-se loucura. Delírio é a irmã mais nova do Sonho e, ao mesmo tempo que a personagem é cômica, ela traz toda a tristeza do mundo em seus ombros. Ela é incompreendida pelos irmãos, quando é a única que mudou sua natureza completamente e nenhum deles sabe dizer o porquê; talvez nem ela mesma saiba.
A história da Deleite que torna-se Delírio é incrível porque mostra o caráter mais puro da humanidade, de quando ameaçada, perder-se para a loucura. Ela é personificada como uma jovem de cabelos coloridos, desleixada, com um olho de cada cor, representando as duas personalidades que vivem ali dentro, além de sua fala desconexa.
Os Perpétuos
As duas são, dos Perpétuos, as que mais aparecem na história, depois do Sonho, claro. Os Imortais são constituídos por 7 irmãos: Morte, Destino, Sonho, Destruição, as gêmeas Desejo e Desespero e a Delírio. A ideia dos 7 é de um nível de complexidade absurdos, pois são seres além da compreensão humana e dos próprios Deuses que aparecem durante a trama. Eles sempre existiram e sempre vão existir, até o fim dos tempos, ainda que suas personificações atuais possam morrer.
Ainda, são personagens completamente distintos e fabulosos em sua construção, como as irmãs Desejo e Desespero, que dão luz a esse contraponto da psique humana, ou o Destruição, que abandonou seu cargo e desapareceu para onde não fosse encontrado. Cada um mora em um tipo de reino, configurado por suas próprias vontades, como a terra do Destino, que é um labirinto eterno, sem volta, ou a dimensão abstrata da Delírio.
Mitologia
Um dos pontos mais marcantes das obras de Neil Gailman é sua preocupação no aprofundamento da história. Ele vai fundo em várias mitologias para criar o plano geral de Sandman. Ali, todos os Deuses nasceram no Sonhar, o reino de Morfeu, e andaram pela terra, mas, no fim, voltam para as mãos do Sonho e, de lá, vão para o além desconhecido. Temos de mitologia Nórdica à mitologia Egípcia, passeando sempre pelo terreno da mitologia Grega e o bíblico. Praticamente uma aula sobre culturas distintas.
O Sonhar
Cada um dos Perpétuos tem seu próprio reino, o de Morfeu é o Sonhar. O reino dos sonhos obedece completamente à vontade de seu senhor, além imprimir exatamente a personalidade megalomaníaca e nostálgica do Sonho. O Sonhar muda conforme o Sandman deseja; se quer que chova por 30 dias por conta de um coração partido, irá chover, se precisa mudar terrenos de lugar, eles mudarão, se um lugar precisa ser personificado, ele será.
Ainda é a casa dos ajudantes do Sandman e, quando digo que Gailman foi fundo em mitologias, não era só em questões de fé. Ali temos o resgate, assim como foi do próprio personagem Sandman, que é bem mais antigo e completamente diferente que o apresentado na obra, de vários outros elementos da DC e das editoras que foram incorporadas na empresa. É no Sonhar que vemos a Casa dos Mistérios, com Abel e Cain, por exemplo.
Os Antagonistas
Toda a história de Sandman não envolve muito a dicotomia bem e mal. São intensões diversas e, muitas vezes, o próprio Sonho toma decisões duvidosas. Porém, alguns personagens ganham um certo papel de antagonistas, como Lúcifer, o Senhor do Inferno, que jura vingança a Morfeu e consegue, de certa forma, Hipólita Hall ou a Hécate (e qualquer outro nome que as três bruxas ganham durante a história), todos bem construídos e nem um pouco previsíveis.
Ainda, Lúcifer ganhou um spin-off depois de Sandman e, agora, uma série baseada no personagem, que não segue muita coisa do cânone do personagem e dá até um friozinho na barriga por fazer pensar na adaptação planejada para Morfeu no cinema.
Arte
Sem dúvida, um dos pontos mais altos da obra, que marcou a história dos quadrinhos, foi sua arte, além de sua narrativa. Em um momento de quadrinhos que seguiam fórmulas de sucesso, Sandman trouxe uma verdadeira revolução em sua estrutura, com quadros desconexos, arte incrível e pequenos toques que criaram todo ambiente misterioso e místico da história.
Temos o texto conversando diretamente com a arte e coisas enormes, como páginas com estrutura completamente abstratas, até pequenas coisas, como o balão de cada ser místico ser diferente, do Sandman preto e meio enevoado, o da Delírio ser abstrato, a fonte de fala do Lúcifer ser mais refinada, etc.
Historicidade
Além das mitologias, a trama se joga de cabeça em períodos e fatos históricos. Temos Sandman em plena Revolução Francesa, Sandman no Império Romano, Sandman no teatro de Shakespeare, Sandman no Oriente feudal e por aí vai. O ponto é mostrar o personagem, como imortal, em diversas passagens de sua vida, dando explicações para certos acontecimentos históricos, todos envolvendo a influência do Sonho. Super pretensioso, mas tão bem trabalhado que foram só acertos.
Gatos
Não é exatamente sobre a história do Sonho dos Mil Gatos, uma das melhores tramas paralelas do Sandman, mas sobre o que ela representa. A obra não explora apenas a psique humana, mas vai além, dando indícios dos sonhos de outras criaturas com contextos completamente diferentes, além do tratamento artístico dado, quando o Sonho aparece de um jeito diferente para cada um, no caso, o Grande Gato dos Sonhos.
O Sonho
Para finalizar, e eu poderia ficar eternamente aqui falando sobre Sandman, o protagonista da história, o Sonho, ou Morfeu, é um personagem tão complexo que, por si só, vale ler todas as 75 edições da trama. Sandman está em uma crise existencial constante e a história se desenvolve a partir disso, mostrando todos os nuances de sua personalidade melancólica. É impossível terminar a trama sem ter se apaixonado, pelo menos um pouquinho, pelo Sonho.