10 motivos que diferenciam o Universo dos X-Men de outros filmes de super-heróis!

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10 motivos que diferenciam o Universo dos X-Men de outros filmes de super-heróis!

Por Gus Fiaux

Amado por uns, odiado por outros, o Universo dos X-Men sempre foi um dos pioneiros no que diz respeito a filmes de super-heróis. Surgido ainda em 2000, esse pequeno universo de personagens demorou a crescer, mas atualmente conta já com spin-offs e outros projetos derivados, com a presença no cinema e na televisão.

Nessa lista, iremos explicar um pouco sobre como esse universo se diferencia de outros universos compartilhados de filmes de super-heróis, como os Universo Cinematográfico da Marvel e o Universo Estendido da DC Comics!

Créditos: Divulgação (20th Century Fox)
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Um espaço para criadores

Uma das maiores dificuldades encontradas em plataformas de mídia como quadrinhos ou universos coesos do cinema é separar o indivíduo do todo. É necessário que os criadores abram mão de muitas coisas para, no final, entregar um produto que ressoe com a unidade onde eles se encontram. Isso é bem claro, por exemplo, no Universo Estendido da DC Comics, principalmente com a interferência do estúdio.

Contudo, no caso do Universo dos X-Men, essa regra parece ser bem mais diluída, uma vez que os filmes sempre foram um espaço bem amplo para que artistas pudessem fazer seu trabalho sem muita interferência externa. O fato de alguns diretores repetirem trabalhos (Bryan Singer, James Mangold) ajuda nisso, mas ao mesmo tempo, é impressionante ver obras tão únicas como Legião sendo produzidas lado a lado de Logan, por exemplo.

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Quebra da quarta parede e auto-consciência

Humor é uma ferramenta recorrente em filmes de super-heróis. Em parte, isso se deve ao fato da comicidade atrair diversos públicos e ajudar a compor um lucro maior para cada projeto. Porém, o humor auto-depreciativo e auto-consciente é algo escasso em grandes produções hollywoodianas.

No Universo dos X-Men, isso é uma barreira quebrada anualmente. Deadpool inseriu o conceito da quebra da quarta parede, em grande parte para zoar o próprio estúdio (a 20th Century Fox) e decisões feitas na franquia ao longo dos anos. Além disso, filmes como X-Men: Apocalipse também sabem zombar de erros passados - como a frase sobre o terceiro filme ser sempre o pior.

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Realismo narrativo

Enquanto o Universo Cinematográfico da Marvel aposta em uma grande narrativa cósmica com direito a misticismo, ciência futurista, magia e o Universo Estendido da DC Comics trilha um caminho similar, é o Universo dos X-Men que busca uma narrativa mais ancorada na realidade.

Se parar para pensar, os X-Men e seus associados compartilham uma essência plausível e objetiva: evolução. Além disso, os primeiros filmes buscam retratar heróis em um mundo real, com trajes menos coloridos e mais táticos, com utilidade firme no combate. Claro que, com o passar dos anos, essa temática foi evoluindo, abrindo portas para um universo mais fantasioso. Mas por enquanto, trata-se do universo cinematográfico mais verossímil baseado em quadrinhos.

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Só para maiores

Filmes de super-heróis para maiores de idade não são nenhum tipo de novidade. Watchmen está aí para provar, bem como outras tentativas até mesmo anteriores. Contudo, a Fox foi a única que conseguiu incorporar esse tipo de narrativa em seu próprio universo compartilhado.

O sucesso de Logan e Deadpool serve para provar que tramas de super-heróis podem ser mais maduras, violentas e com conteúdos adultos, sem sacrificar muito do público. E isso é tão visível em Hollywood que mais filmes +18 de super-heróis estão sendo produzidos no momento, como Venom e o reboot de Hellboy.

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Viagem temporal na narrativa

Viagem no tempo é um tema muito repetido na ficção científica, gênero que engloba super-heróis. E o Universo dos X-Men definitivamente não é o único a usá-lo, tendo em vista que a Marvel já fez isso com Doutor Estranho e a DC inseriu conceitos similares em Batman vs Superman: A Origem da Justiça.

Porém, é no universo dos Filhos do Átomo que esse recurso narrativo é usado para compor histórias mais desenvolvidas e até mesmo gerar algumas decisões de estúdio, como retcons e reboots. Basta ver X-Men: Dias de um Futuro Esquecido. E com a entrada de Cable em Deadpool 2, logo poderemos ver mais disso no futuro - ou no passado.

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Desenvolvimento de personagens

Criar arcos complexos para personagens é uma tarefa arriscada, principalmente quando lidamos com super-heróis que são restritos a um certo tipo de moral ideológica. Porém, o Universo dos X-Men dá aulas quando o assunto é criar personagens complexos com grandes arcos narrativos.

Embora algumas decisões tenham se provado impopulares entre os fãs - sim, Mística, estamos olhando para você -, esse universo sabe produzir narrativas longas e multidimensionais a respeito de seus personagens e seu papel nesse universo. E se você duvida disso, basta ver toda a jornada de Magneto, Charles Xavier ou do Wolverine na franquia.

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Desprendimento da cronologia

Caçar erros de continuidade nos filmes dos X-Men já é uma tarefa comum entre o público da franquia. Isso se deve ao fato de que esse universo sempre teve um grande desprendimento da cronologia, priorizando o desenvolvimento de filmes individuais em detrimento à construção de um universo coeso.

Embora isso seja um problema, em certa escala, também é um bom fator que permite aos cineastas uma grande liberdade criativa na hora de contar e ambientar suas histórias. Além disso, as lacunas e espaços vazios na cronologia desse universo servem para que os fãs possam completá-las individualmente, aumentando a participação do público na construção narrativa.

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Ambientações e temporalidades

Embora Capitão América: O Primeiro Vingador, Agente Carter e Mulher-Maravilha se apropriem bem do modelo "de época", são esforços isolados dentro dos universos compartilhados em que se encontram. No caso da Fox e seus X-Men, essa estratégia sempre foi parte integral da franquia, desde X-Men Origens: Wolverine.

Isso permite a criação de histórias situadas em épocas temporais já passadas - algo bem claro na trilogia mais recente, onde Primeira Classe se passa na década de 60, Dias de um Futuro Esquecido na de 70 e Apocalipse na de 80. Um prato cheio para quem busca por nostalgia e ambientações menos contemporâneas.

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Começos, meios e fins

Qualquer fã de mangás que já leu quadrinhos americanos já se pegou pensando em como as histórias nunca têm fim. São inúmeros arcos, personagens e eventos, que acabam resultando em uma salada, com reaproveitação de temas e reciclagens de histórias que nem sempre são boas. E essa "falta" de uma linha narrativa clássica acaba "prejudicando", até certo ponto, o MCU e o DCEU.

No caso do Universo dos X-Men, apesar desse recurso ainda estar presente, nota-se uma estrutura bem definida. A trilogia original se encerra nela mesma, apesar de ter uma participação em outros filmes, como Dias de um Futuro Esquecido e Wolverine Imortal. Além disso, alguns "lampejos temporais" são bem-vindos para nos mostrar o futuro de alguns personagens, como é o caso de Logan.

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Os bons e velhos guerreiros da justiça social

Nos quadrinhos, os X-Men sempre estiveram envolvidos em grandes discussões sociais e políticas, a respeito de temas como preconceito, intolerância religiosa, eugenia de espécies, diversidade e aceitação. E nos cinemas, isso não é diferente. Em uma geração cada vez mais alarmada por debates e argumentações a respeito de temas importantes, a franquia se mostra sempre consciente de sua responsabilidade.

Ao mesmo tempo, ela sabe dar o melhor dos dois mundos. Os filmes também são armados com uma diversão escapista, mas ao contrário de boa parte dos filmes da Marvel e da DC, onde temas socialmente relevantes são apenas plano de fundo de suas narrativas, o Universo dos X-Men consegue passar ação e aventura sem esquecer de deixar mensagens apropriadas para tempos impróprios.