Crítica – Segunda temporada de Demolidor!

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Crítica – Segunda temporada de Demolidor!

Por Felipe de Lima

Eu assisti os sete primeiros episódios da nova temporada, disponibilizados pela Netflix, e você pode conferir minhas impressões a seguir.

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Segunda temporada

Em primeiro lugar, o retorno de Demolidor é exatamente aquilo que nós esperávamos. A nova temporada conserta a maioria dos erros da primeira, ao mesmo tempo que enaltece os pontos altos. A narrativa flui melhor, e as partes maçantes ficaram de fora. A trama é mais concentrada, se estendendo somente o necessário. Em poucos episódios uma situação é resolvida e logo nós já temos um desafio completamente novo pela frente.

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Algum tempo depois

Desta vez, começamos a acompanhar Matt Murdock alguns meses após a prisão de Wilson Fisk, ele tenta conciliar suas atividades como vigilante com o trabalho no escritório de advocacia Nelson e Murdock, que por sinal, vai de mal a pior.

Quando a equipe consegue um caso importante é o Foggy Nelson de Elden Henson quem rouba a cena, mostrando que Matt não é a única figura dominante da série. Aliás, Charlie Cox, Elden Henson, e Deborah Ann Woll parecem muito mais confortáveis em seus papeis.

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Ação

Embora o traje do Demolidor pareça horrível nas imagens promocionais, ele funciona muito melhor na tela, principalmente nas cenas de ação, que contam com coreografias incríveis e muito bem ensaiadas, é como se cada pancada fosse sentida.

Lembram a cena do corredor? Um dos produtores havia dito que a nova temporada contaria com uma homenagem a ela. Pois bem, a nova cena é mais longa e ainda mais impactante, te fazendo vibrar a cada soco que o Demolidor dá e recebe.

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Justiceiro

Esqueça as versões anteriores, o Justiceiro de Jon Bernthal é o personagem mais bem explorado e desenvolvido da nova temporada. A ameaça que vem dele é trabalhada de uma maneira tão inteligente que em momento algum eu senti falta de um vilão central.

A série consegue estabelecer um equilíbrio entre o que Frank Castle era e o que ele se tornou, dando ao personagem um background ainda mais intenso do que o dos quadrinhos.

Não há nenhuma tentativa de vender o Justiceiro como um herói ou um cara bonzinho, ele é um homem brutal que está em sua própria cruzada e não pensa em deixar ninguém escapar, porém, existem alguns momentos em que as justificativas de suas ações me fizeram querer trocar de lado.

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Elektra

A Elektra Natchios de Elodie Yung me deixou dividido, ela certamente não é a mesma personagem dos quadrinhos, mas, apesar de tudo, em poucas cenas ela já se torna uma das personagem mais carismáticas da série.

Uma mulher misteriosa do passado de Matt, Elektra é inteligente, fria e não aceita limitações, sua relação com Matt é muito física e intensa, ela é uma mulher tão cheia de si, que qualquer decisão dela é imprevisível.

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Repertório

A segunda temporada de Demolidor também aprendeu com outras séries. Os momentos de tribunal e cenas relacionadas ao trabalho na Nelson & Murdock foram simplificadas, passando a ter uma abordagem mais parecida com a de How To Get Away With Murder.

Quando a gangue de motociclistas Cães do Inferno são introduzidos, é impossível não criar uma relação com Sons of Anarchy, série da qual Marco Ramirez foi produtor antes de se tornar showrunner de Demolidor.

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Seu lugar no UCM

Apesar de situada dentro do Universo Cinematográfico da Marvel, esta temporada não se preocupa com as referências a Vingadores e cia. Desta vez, a temporada é mais sucinta, com uma ou outra menção ao que aconteceu no ano passado, o foco passa a ser o Universo Netflix e não a magnitude do UCM.

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Nem tudo são flores

Eu gostaria de dizer que não há erros nesta segunda temporada, mas o fato dela querer seguir seu próprio caminho pode ser prejudicial em alguns momentos. Me incomodou bastante como os super sentidos de Matt eventualmente parecem ser ignorados.

Na primeira temporada, ele era capaz de saber se um ponto arrebentou só pelo cheiro, enquanto agora, uma pessoa tenta esconder que está sangrando em sua frente e ele não consegue perceber.

O número de flashbacks também está menor, mas alguns acabam quebrando o ritmo do episódio e demora um pouco pra se localizar novamente. Porém, nenhum dos sete episódios foi cansativo e nenhum momento a trama da temporada foi prejudicada.

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Tramas

A série se beneficia da narrativa mais fluída, tornando todos os núcleos atrativos ao espectador. Existem quatro tramas correndo paralelamente: A cruzada do Justiceiro, Nelson & Murdock contra uma procuradoria corrupta, os mistérios de Elektra, e a ameaça da Yakuza. Tudo isso apenas nos primeiros sete episódios, portanto ainda tem muita coisa pra acontecer.

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Direção

Apesar de manter o mesmo estilo apresentado primeira temporada, a direção parece mais confiante e surpreendente.

Demolidor é mais cinematográfica em sua abordagem visual, e mostra que ainda é a série de super-herói mais ambiciosa do momento. Falando em super-herói, a série não tenta esconder o que é, e abraça o material de origem com carinho, fazendo apenas algumas mudanças necessárias, que só tendem a aprimorar a história, principalmente quando falamos do Justiceiro.

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Melhor do que a primeira temporada

Demolidor aprendeu a seguir seu próprio caminho dentro do UCM, mas erra ao se desprender de algumas coisas que foram estabelecidas. Charlie Cox, Elden Henson, Deborah Ann Woll continuam ótimos em seu papeis, Jon Bernthal é o Justiceiro definitivo e Elodie Yung nos faz esquecer a versão anterior da Elektra.

A narrativa flui melhor e abre espaço para que mais tramas sejam incluídas, ao mesmo tempo que a abordagem da direção mudou para conseguir encaixar tudo isso. Este inicio de temporada prova que a série evoluiu muito em seu segundo ano, mantendo o título de melhor produção televisiva de super-heróis, e meu palpite?

Vai demorar pra alguém conseguir superar.