Uma coisa que precisamos dar para a série é o mérito de referências bem planejadas. Cada uma de suas ligações com as outras produções super-heróicas da Netflix foi bem feita.

Temos desde os nomes do Demolidor e do Luke Cage surgindo em discussões, até a “investigadora bêbada”, porém eficiente, contratada pela Joy – a Jessica Jones – e o Danny usando a camiseta furada de balas do Luke, entregue pela Claire.

Sem dúvidas uma das melhores lutas da série toda, o duelo de espadas entre aprendiz e sensei, no episódio 12, foi bem bacana.

Seja pela coreografia mais bem feita ali, seja pelos dois lutadores de K’un-Lun apenas observando a batalha – aquela era uma luta dela, não deles.

Não levando em consideração a inspiração, o “Torneio do Tentáculo”, mostrado no episódio 6, sem dúvidas foi um dos pontos mais altos da produção.

Todo o conceito, as lutas e os personagens estavam bem bons ali e é aquele evento “ápice” – afinal, a maioria dos críticos teve que parar ali para produzir seus textos, então a série tinha que dar o pause no auge.

O Ward é um personagem problemático, sim. Mas, de todos os apresentados, é o que tem o arco mais “evolutivo” na série, quando ele realmente sai de um lugar e acaba em outro diferente – psicologicamente ou não.

Toda jornada de “redenção” do personagem é bem interessante e, por fim, dá-se a entender que ele assumirá meio que o papel que o Jeryn Hogarth tem nos quadrinhos para o Danny. Essa foi uma boa solução.

É meio triste, mas escutamos mais sobre K’un-Lun pela boca do Davos do que pelo Danny. O personagem aparece no episódio 9 e só aí temos um desenrolar na história da cidade celestial – o que muita, MUITA, gente estava esperando.

No fim, os breves relances da cidade e seus costumes – e todo o choque de cultura que o personagem sofre em seus momentos na Terra – é um dos pontos mais legais da série.

Sem dúvida alguma: quando, no último episódio, o Danny finalmente explode com o poder do Punho de Ferro, podemos dizer que vimos um pouco da capacidade que o herói possui nas HQs.

Destruir um andar inteiro de um prédio é um nível mais próximo do que apenas estourar portas. Então, está sim entre os melhores momentos da temporada.

Ela pode não ser fiel à sua versão quadrinesca – muito mais poderosa – mas a Madame Gao é uma das personagens mais legais apresentadas pelo Universo Netflix/Marvel. Desde que apareceu na primeira temporada de Demolidor, a vilã já era promissora.

Aqui ela ganha mais destaque e um desenvolvimento em suas motivações, porém ela ainda é turva. Será que um dia ouviremos o nome “Mãe Garça” na série?

A melhor luta da série ainda é com o Danny, mas ele quase não leva a melhor nela. Na China, o Punho tem que enfrentar um lutador do Tentáculo especializado em “Drunken Fight” – uma técnica de kung fu onde o lutador batalha bêbado, deixando seus movimentos imprevisíveis.

Esse é o tipo de coisa que estávamos esperando em Punho de Ferro. Pelo menos tivemos um gostinho.

Ninguém brilhou tanto na série quanto a Claire. Por mais que a inclusão da moça no plot todo tenha ficado bem forçadinha, dessa vez a Enfermeira Noturna teve o seu melhor explorado.

Todas as reações da Claire são dignas de gif e quote. Seja ela, na China, dando o dedo do meio e acelerando o carro, seja o assombro dela à história do dragão, seja sua reação ao discurso sanguinário da Colleen no último episódio. E agora ela tem uma arma especial: garras!

Por mais que não sejam nem 20 segundos de cena, o melhor momento da série é quando vemos o antigo Punho de Ferro nos vídeos do Bakuto. Para essa ceninha, acertaram na coreografia de luta, no uniforme e no espírito da coisa.

Se alguém duvida que o traje clássico do herói pode funcionar, é só ver esse trecho e as imagens de bastidores. Sensacional.