Nem tudo precisa de explicação, principalmente quando se trata de algo que os fãs consideravam tão mítico como a Força, em Star Wars. Ainda assim, George Lucas foi lá, com "A Ameaça Fantasma", e trouxe os midi-chlorians. Eles seriam a explicação científica para a conexão entre os seres vivos e a Força, uma estrutura em nível sub-celular .

Ainda, para tentar consertar, em "A Vingança dos Sith", a produção coloca o Palpatine para falar sobre as criaturas, que podem criar e sustentar vida – dando a entender que Anakin seria um filho dessas criaturas e da própria Força. Uma explicação desnecessária, que desmistifica todo o conceito dessa energia quase mágica, que havia sido criado com a trilogia original.

A trilogia prelúdio pode ser considerada uma história sobre como o desejo de posse pode levar alguém bom para um caminho de trevas. No caso, acompanhamos Anakin Skywalker e sua transição até Darth Vader. A primeira ideia era já começar com um Anakin jovem, porém, para ajudar na construção da virada maligna do personagem, Lucas optou por iniciar o rapaz ainda criança na história.

O problema é que a tão esperada transformação de Anakin se torna um tanto forçada, principalmente em "O Ataque dos Clones". A cena em que o rapaz retorna da tentativa de resgate de sua mãe e confessa que massacrou uma tribo inteira é ridícula. O rapaz força o “ódio” e o “massacre” de uma forma tão mecânica que faz todo trabalho, até então, ficar vazio. A reação da Padme à confissão não ajuda também.

Para deixar um personagem mais heroico, que tal um pouco de edição? Direto de "Uma Nova Esperança", no filme original, Han Solo não é exatamente o maior herói do mundo. E isso não é ruim. É interessante ter um personagem com uma moral não tão linear assim na equipe. Tanto que, na primeira versão, Han mata o caçador de recompensas Greedo a sangue frio e sem remorsos.

Mas parece que a ideia não envelheceu muito bem na cabeça de Lucas e, para tornar o personagem mais “digno”, no relançamento dos filmes, em 1997, o diretor criou as "Versões Especiais" dos longas, com algumas mudanças no conteúdo. Entre elas, no momento do tiro do Han no Greedo, a edição adicionou o caçador de recompensas atirando primeiro no herói, justificando a ação. Completamente desnecessário e mal feito.

A franquia original tem alguns deslizes feios. Nunca podemos esquecer o quão decepcionante é a trajetória do Boba Fett ao longo dos filmes. Colocado como um grande vilão – a mão direita do Darth Vader – com brinquedos vendendo a rodo, Fett ganha espaço em "O Império Contra-Ataca". E só.

Sua volta em "O Retorno de Jedi" é simplesmente apagada, reduzido a um personagem mais que secundário, que morre no primeiro ato do longa. Na verdade, Lucas tinha planos para Fett, mas logo veio seu desejo de terminar a saga com O Retorno de Jedi, então isso podou a ideia.

Outro personagem promovido como um grande vilão e, no fim, durou apenas 1 filme: Darth Maul. O Sith foi vendido como o novo grande mal da franquia, com seu visual demoníaco, aliado ao seu sabre de luz. Os fãs já estavam sonhando com um vilão à altura de Darth Vader. Mas ele só durou até a luta final, no encerramento de "A Ameaça Fantasma".

Claro, o vilão foi explorado novamente em animações e outras mídias. Mas, na história principal, ele foi apenas mais um Boba Fett.

Não podemos negar: "O Despertar da Força" é um grande filme. Superestimado ou não, a produção serviu para reerguer o nome Star Wars, fazendo todas as referências possíveis à "Uma Nova Esperança". E referências e fanservices são bons, todos gostamos. Até certo ponto, pelo menos.

A grande decepção de "O Despertar da Força" fica para quando a referência parece mais uma cópia que apenas um saudosismo – no caso, a base Starkiller. Com tantas possibilidades para serem exploradas, a grande ameaça do filme é uma Estrela da Morte aumentada. Não só aumentada, mas cheia de furos em sua explicação. Será que teremos um “Rogue One” no futuro para explicar esses problemas?

O Episódio II de Star Wars deve ser o menos querido pelos fãs – e com motivos. "O Ataque dos Clones" é maçante e mal construído, quando Lucas tenta consertar os erros de "A Ameaça Fantasma", balanceando com sua nova visão para a franquia, além de ter diálogos péssimos.

Uma das cenas mais vergonha alheia de toda a saga fica para Anakin e Padme, quando o rapaz, em todo seu eu poético, diz para a moça que ela não parece com areia para ele; tudo ali é macio e suave. Como se o relacionamento entre os dois não fosse problemático o suficiente desde o começo.

Essa lista não ficaria completa sem o grande coringa dos erros de Star Wars, Jar Jar Binks. Depois de uma espera de 20 anos, "A Ameaça Fantasma" surge e, na história que deveria explicar toda a tomada de poder do Imperador Palpatine e o genocídio Jedi, vemos a introdução do pior alívio cômico de todos os tempos.

O alien não só danificou a credibilidade de "A Ameaça Fantasma", mas de toda a trilogia prelúdio e do próprio George Lucas. Muitos acusam o personagem até de ser uma caricatura de várias minorias reunidas, com o diretor zombando abertamente de parte do público. Sendo ou não, por si só Jar Jar Binks é irritante o suficiente para desgostarem dele sem qualquer inferência subliminar.

Seguindo uma das cenas mais icônicas do cinema, com a revelação da paternidade de Luke Skywalker, temos uma das cenas mais cômicas e bizarras de todos os tempos também.

A reação de Luke, pendurado e machucado, à revelação de Vader - NOOOOOOOOOOOO :( - é tão exagerada e caricata que, em certos pontos, de tão ruim, ficou boa. E, talvez, isso seja algo de família.

Afinal de contas, anos depois, vemos Darth Vader repetindo a mesma reação. Em "A Vingança dos Sith", Vader faz uma pequena aparição ao final, depois da “morte” do Anakin. E a cena serve, além fanservice, para colocar o vilão, em seu traje clássico, repetindo a reação de Luke, com um belíssimo “NOOOOOOOOOOOO” a plenos pulmões. De tão ruim, ficou até boa.

Discorda de algum desses momentos? Tem cenas piores que esquecemos? Não esqueça de comentar!